Santo do dia: São Lucas, Evangelista; Santo Amável, presbítero
Cor litúrgica: Vermelho
Evangelho do dia: São Lucas 10, 1-9
Primeira leitura: Timóteo 4,10-17
Leitura da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo:
Caríssimo: 10Demas me abandonou por amor
deste mundo, e foi para Tessalônica. Crescente foi para a Galácia, Tito
para a Dalmácia. 11Só Lucas está comigo. Toma contigo Marcos e traze-o,
porque me é útil para o ministério. 12Mandei Tíquico a Éfeso. 13Quando
vieres, traze contigo a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e
os livros, principalmente os pergaminhos. 14Alexandre, o ferreiro,
tem-me causado muito dano; o Senhor lhe pagará segundo as suas obras!
15Evita-o também tu, pois ele fez forte oposição às nossas palavras.
16Na minha primeira defesa, ninguém me assistiu; todos me abandonaram.
Oxalá que não lhes seja levado em conta. 17Mas o Senhor esteve a meu
lado e me deu forças, ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim
integralmente, e ouvida por todas as nações.
- Palavra do Senhor
- Graças a Deus
Salmo 144 (145)
- Que vossas obras, ó Senhor, vos
glorifiquem, e os vossos santos com louvores vos bendigam! Narrem a
glória e o esplendor do vosso reino e saibam proclamar vosso poder!
R: Ó Senhor, vossos amigos anunciem vosso Reino glorioso!
-
Para espalhar vossos prodígios entre os homens e o fulgor de vosso
reino esplendoroso. O vosso reino é um reino para sempre, vosso poder,
de geração em geração.
R: Ó Senhor, vossos amigos anunciem vosso Reino glorioso!
-
É justo o Senhor em seus caminhos, é santo em toda obra que ele faz.
Ele está perto da pessoa que o invoca, de todo aquele que o invoca
lealmente.
R: Ó Senhor, vossos amigos anunciem vosso Reino glorioso!
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 10, 1-9
- Aleluia, Aleluia, Aleluia
- Eu vos designei para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça, assim disso o Senhor (Jo 15,16).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas:
Naquele tempo: 1O Senhor escolheu outros
setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a
toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. 2E dizia-lhes: "A messe é
grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da
messe que mande trabalhadores para a colheita. 3Eis que vos envio como
cordeiros para o meio de lobos. 4Não leveis bolsa, nem sacola, nem
sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! 5Em qualquer casa
em que entrardes, dizei primeiro: `A paz esteja nesta casa!' 6Se ali
morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela
voltará para vós. 7Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que
tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa
em casa. 8Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do
que vos servirem, 9curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: `O
Reino de Deus está próximo de vós'".
- Palavra da Salvação
- Glória a Vós, Senhor
Comentário do dia por Beato John Henry Newman (1801-1890)
Teólogo, Fundador do Oratório em Inglaterra
PPS, vol. 3, n.º 22 : «A parte escolhida por Maria»
São Lucas, evangelista, «servidor da Palavra» (Lc 1,2)
É boa toda a palavra de Cristo, que tem uma missão e uma finalidade,
que não cai por terra. É impossível que o Verbo de Deus tenha jamais
pronunciado palavras efémeras, Ele que [...] exprimiu os conselhos
profundos e a vontade santa do Deus invisível. Toda a palavra de Cristo é
boa. Mesmo que os seus propósitos tenham sido transmitidos por pessoas
comuns, podemos estar certos de que nada do que nos foi conservado –
sejam palavras dirigidas a um discípulo ou a um opositor, sejam
conselhos ou opiniões, sejam reprimendas ou palavras de consolação, de
persuasão ou de condenação –, nada tem uma significação puramente
acidental, um alcance limitado ou parcial [...].
Pelo contrário, as palavras sagradas de Cristo, mesmo quando nos
surgem revestidas de uma aparência temporária e dirigidas a um fim
imediato - o que torna mais difícil distinguir o que há nelas de
momentâneo e de contingente -, mesmo assim, nada perdem da sua força, a
cada século que passa. Pertencendo à Igreja, estão destinadas a durar
para sempre nos céus (cf Mt 24,35), prolongando-se até à eternidade.
Elas são a nossa regra santa, justa e boa, «farol para os meus passos e
luz para os meus caminhos» (Sl 118,105), na mesma plenitude e de forma
tão íntima no nosso tempo, como quando pela primeira vez foram
pronunciadas.
Tudo isto seria verdade mesmo que considerássemos ter sido obra
humana a recolha destas migalhas da mesa de Cristo. Mas temos uma
certeza muito maior, porque não as recebemos dos homens, mas de Deus
(1Tess 2,13). O Espírito Santo, que veio glorificar Cristo e dar aos
evangelistas a inspiração da escrita, não nos traçou um Evangelho
estéril. Louvado seja por ter escolhido e salvado para nós as palavras
que seriam mais úteis aos tempos vindouros, as palavras que podiam
servir de lei à Igreja para a fé, para a moral e para a disciplina. Não
uma lei escrita em tábuas de pedra (Ex 24,12), mas uma lei de fé e de
amor, de espírito, e não de letra (Rom 7,6), uma lei para corações
generosos que aceitam «viver da palavra», por mais modesta e humilde que
seja, uma lei «que sai da boca de Deus» (Dt 8,3; Mt 4,4).