Igreja

Rádio GOTHMLP

terça-feira, 29 de maio de 2012

LITURGIA DIÁRIA

SANTO DO DIA: Beato José Gérard, presbítero; Beata Gerardesca, Viúva
Primeira leitura: Primeira carta de São Pedro 1,10-16
Leitura da Primeira Carta de São Pedro:

Caríssimos, 10esta salvação tem sido objeto das investigações e meditações dos profetas. Eles profetizaram a respeito da graça que vos estava destinada. 11Procuraram saber a que época e a que circunstâncias se referia o Espírito de Cristo, que estava neles, ao anunciar com antecedência os sofrimentos de Cristo e a glória consequente. 12Foi-lhes revelado que, não para si mesmos, mas para vós, estavam ministrando estas coisas, que agora são anunciadas a vós por aqueles que vos pregam o evangelho em virtude do Espírito Santo, enviado do céu; revelações essas, que até os anjos desejam contemplar! 13Por isso, aprontai a vossa mente; sede sóbrios e ponde toda a vossa esperança na graça que vos será oferecida na revelação de Jesus Cristo. 14Como filhos obedientes, não modeleis a vossa vida de acordo com as paixões de antigamente, do tempo da vossa ignorância. 15Antes, como é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos, também vós, em todo o vosso proceder. 16Pois está na Escritura: "Sede santos, porque eu sou santo".

- Palavra do Senhor
- Graças a Deus

Salmo 98
Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória.
R: O Senhor fez conhecer seu poder salvador perante as nações. 

- O Senhor fez conhecer a salvação, e às nações, sua justiça; recordou o seu amor sempre fiel pela casa de Israel.
R: O Senhor fez conhecer seu poder salvador perante as nações.

- Os confins do universo contemplam a salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai!
R: O Senhor fez conhecer seu poder salvador perante as nações.

Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos 10,28-31
- Aleluia, Aleluia, Aleluia!
- Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu reino aos pequeninos escondendo-os aos doutores! (Mt 11, 25)
- R: Aleluia, Aleluia, Aleluia!
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos:
Naquele tempo, 28começou Pedro a dizer a Jesus: "Eis que nós deixamos tudo e te seguimos" 29Respondeu Jesus: "Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, 30receberá cem vezes mais agora, durante esta vida - casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições - e, no mundo futuro, a vida eterna. 31Muitos que agora são os primeiros serão os últimos. E muitos que agora são os últimos serão os primeiros" .
- Palavra da salvação
- Glória a Vós, Senhor.

Comentário ao Evangelho do dia feito por São Francisco de Sales
(1567-1622), Bispo de Genebra e Doutor da Igreja
Introdução à vida devota, terceira parte, cap. 15

«Receberá cem vezes mais agora»
As coisas que possuímos não são nossas. Deus deu-no-las para que as cultivemos e quer que as tornemos frutuosas e úteis. [...] Prescindi sempre, portanto, de uma parte dos vossos meios e dai-a aos pobres de bom coração. [...] É verdade que Deus vo-lo devolverá, não só no outro mundo, mas também já neste, porque não há coisa que mais nos faça prosperar do que a esmola; mas, enquanto esperais que Deus vo-lo torne, estareis já mais pobres daquilo que destes, e como é santo e rico o empobrecimento que advém de se ter dado esmola!
Amai os pobres e a pobreza, porque por este amor tornar-vos-eis verdadeiramente pobres, tal como está dito nas Escrituras: tornamo-nos naquilo que amamos (cf. Os 9,10). O amor torna os amantes iguais: «Quem é fraco, sem que eu o seja também?», diz São Paulo (2 Co 11,29). Poderia ter dito: «Quem é pobre, sem que eu o seja também?», porque o amor tornava-o igual a quem amava. Portanto, se amais os pobres, sereis verdadeiramente participantes da sua pobreza, e pobres como eles. Assim, se amais os pobres, ide com frequência para o meio deles: tende prazer em os receber em vossas casas e em visitá-los; conversai voluntariamente com eles, ficai felizes por eles se aproximarem de vós na igreja, na rua ou em qualquer outro local. Sede pobres de língua para com eles, falando-lhes como amigo, mas sede ricos de mãos, largamente lhes dando dos vossos bens, pois vós os tendes em muito maior abundância.
Quereis fazer mais, ainda? Tornai-vos servos dos pobres; ide servi-los [...] com as vossas próprias mãos [...] e a expensas vossas. Maior triunfo há neste serviço do que o que há na realeza.

REFLEXÃO DO DIA

Deixar, por Deus. (Mc 10,28-31 )
A vida vai passando e sempre existem coisas e pessoas que temos que deixar. Deixamos amigos de infância, deixamos ambientes, coisas, pessoas... uns partem, outros morrem. Deixar por Deus é opção. Muitos fogem da doação plena a Deus por medo de perder. Em Deus, nunca se perde. Porque não escolher um ideal de vida que faça você feliz que te dará em troca a eternidade?

A Igreja e a idolatria

Desde a sua origem a Igreja católica condenou de modo veemente qualquer tipo de idolatria. Um das dificuldades do cristianismo durante o Império romano foi justamente a sua posição contrária às divindades pagãs e ao culto ao imperador como sendo deus.
O cristianismo foi considerado inimigo de Roma, seus seguidores foram perseguidos. Por causa da fidelidade ao Deus único, revelado por Jesus Cristo, muitos cristãos foram condenados à morte. São os mártires.
No século II d.C começa o costume de celebrar cerimoniais religiosas junto ao túmulo dos mártires, e de modo especial era celebrado o dia do seu nascimento para a glória (dies natalis). Esse procedimento era para manter vivo o testemunho do martírio sofrido pela fidelidade ao Deus único e verdadeiro.
Uma das provas históricas do culto prestado aos mártires ficou preservada nas catacumbas de Roma. Eram cemitérios subterrâneos, mas guardaram um tesouro riquíssimo de pinturas, esculturas e inscrições.
Todo esse patrimônio ajuda-nos a entender os hábitos e costumes dos primeiros cristãos. As catacumbas são definidas como o “berço do cristianismo e o arquivo da Igreja das origens”. Nelas não encontramos somente a descrição histórica das perseguições sofridas pela Igreja.
Nos túmulos dos cristãos e mártires encontram-se inscrições como: “mártires santos, bons e benditos, ajudai a Ciríaco”; “Santos Mártires, lembrai-vos de Maria”; “Genciano, fiel em paz… que em tuas orações, rogues por nós porque sabemos que estás em Cristo”.
No Primeiro Concílio de Nicéia, no ano de 325, o Papa S. Silvestre I defende o culto das imagens como uma herança recebida desde a origem da Igreja Cristã. Nas atas deste concílio lê-se: “Nós recebemos o culto das imagens e ferimos de anátema os que procedem de modo contrário. Anátema a todo aquele que aplica às santas imagens os textos da escritura contra os ídolos. Anátema àqueles que ousam dizer que a Igreja presta culto a ídolos”.
O segundo Concílio de Nicéia (787), convocado para tomar uma posição quanto ao uso das imagens ou pinturas, assim se pronunciou: “devem expor-se as veneradas imagens sacras, manufaturadas com tintas, com mosaicos e com outras matérias idôneas, nas igrejas consagradas a Deus, nos vasos e paramentos sagrados, nas paredes e nos retábulos, nas casas e nas ruas; e isso aplica-se tanto à imagem do Nosso Senhor Deus e Salvador Jesus Cristo e à Nossa Senhora Imaculada, bem como às imagens dos veneráveis anjos e de todos os homens santos e piedosos”.
Essa posição reflete o pensamento do papa São Gregório Magno, que no século VII censurou Severo, bispo de Marselha, que ordenara a destruição das imagens nas igrejas:
“Uma coisa é adorar uma pintura, outra é aprender por uma cena representada o que se deve adorar. Pois o que o escrito oferece às pessoas que leem, a pintura o fornece aos analfabetos que a olham, já que estes ignorantes veem o que eles devem imitar; as pinturas são a leitura daqueles que não conhecem as letras, de forma que desempenham o papel de uma leitura, principalmente entre os pagãos”.

O Concílio de Trento (1545-1563) declarou sobre as imagens: “As imagens de Jesus Cristo, da Mãe de Deus e dos outros santos podem ser adquiridas e conservadas, sobretudo nas Igrejas, e se lhes pode prestar honra e veneração; não porque há nelas qualquer virtudes ou qualquer coisa de divino, ou para delas alcançar qualquer auxílio, ou porque se tenha nelas confiança, como os pagãos de outrora, que colocavam a sua esperança nos ídolos, mas, sim, porque o culto que lhes é prestado dirige-se ao original que representam, de modo que nas imagens que possuímos, diante das quais nos descobrimos ou inclinamos a cabeça, nós adoramos Cristo e veneramos os santos que elas representam” (Sess. XXV).
O Catecismo da Igreja católica ensina: “O culto cristão de imagens não é contrário ao primeiro mandamento que proíbe os ídolos. De fato, a honra prestada a uma imagem se dirige ao modelo original, e quem venera uma imagem venera nela a pessoa que nela está pintada. A honra prestada às santas imagens é uma veneração respeitosa, e não uma adoração, que só compete a Deus” (CIC, n. 2132).

Fonte: Católico pode ou não pode? Por quê? – Pe. Alberto Gambarini

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Reflexão ao Evangelho da CNBB para hoje - Jo 21, 15-19

O amor a Jesus é a condição fundamental para que possamos participar da missão evangelizadora da Igreja. Qualquer outra motivação é insuficiente para tal e está fadada ao fracasso. Não é a toa que Jesus pergunta três vezes a Pedro se ele o ama. Isso quer dizer que todos os que querem de fato participar da missão evangelizadora da Igreja devem se questionar constantemente sobre o seu amor a Jesus, renovar este amor a cada dia e buscar formas de aprofundar ainda mais este amor, principalmente através da participação na Eucaristia, leitura e meditação da Palavra, cultivo da vida interior e vivência cada vez maior do amor para com os pobres e necessitados.

LITURGIA DIÁRIA

SANTO DO DIA: São Beda, o Venerável, presbítero e doutor da Igreja; São Gregório VII, Papa; Santa Maria Madalena de Pazzi, virgem; Beato Nicolau Cehelskyj, presbítero e mártir; São Dionísio, Bispo
Primeira leitura: Atos dos Apóstolos 25,13-21
Leitura dos Atos dos Apóstolos:

Naqueles dias, 13bo rei Agripa e Berenice chegaram a Cesaréia e foram cumprimentar Festo. 14Como ficassem alguns dias aí, Festo expôs ao rei o caso de Paulo, dizendo: "Está aqui um homem que Félix deixou como prisioneiro. 15Quando eu estive em Jerusalém, os sumos sacerdotes e os anciãos dos judeus apresentaram acusações contra ele e pediram-me que o condenasse. 16Mas eu lhes respondi que os romanos não costumam entregar um homem antes que o acusado tenha sido confrontado com os acusadores e possa defender-se da acusação. 17Eles vieram para cá e, no dia seguinte, sem demora, sentei-me no tribunal e mandei trazer o homem. 18Seus acusadores compareceram diante dele, mas não trouxeram nenhuma acusação de crimes de que eu pudesse suspeitar. 19Tinham somente certas questões sobre a sua própria religião e a respeito de um certo Jesus que já morreu, mas que Paulo afirma estar vivo. 20Eu não sabia o que fazer para averiguar o assunto. Perguntei então a Paulo se ele preferia ir a Jerusalém, para ser julgado lá. 21Mas Paulo fez uma apelação para que a sua causa fosse reservada ao juízo do Augusto Imperador. Então ordenei que ficasse preso até que eu pudesse enviá-lo a César.
- Palavra do Senhor
- Graças a Deus
Salmo 103
- Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e todo o meu ser, seu santo nome! Bendize, ó minha alma, ao Senhor, não te esqueças de nenhum de seus favores!
R: O Senhor pôs o seu trono lá nos céus.

- Quanto os céus por sobre a terra se elevam, tanto é grande o seu amor aos que o temem; quanto dista o nascente do poente, tanto afasta para longe nossos crimes.
R: O Senhor pôs o seu trono lá nos céus.

- O Senhor pôs o seu trono lá nos céus, e abrange o mundo inteiro seu reinado. Bendizei ao Senhor Deus, seus anjos todos, valorosos que cumpris as suas ordens.
R: O Senhor pôs o seu trono lá nos céus.

Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 21,15-19
Aleluia, Aleluia, Aleluia!
O Espírito Santo, o paráclito, haverá de lembrar-vos de tudo o que tenho falado (Jo 14, 26)
R: Aleluia, Aleluia, Aleluia!
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João:
Jesus manifestou-se aos seus discípulos 15e, depois de comerem, perguntou a Simão Pedro: "Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?" Pedro respondeu: "Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo". Jesus disse: "Apascenta os meus cordeiros". 16E disse de novo a Pedro: "Simão, filho de João, tu me amas?" Pedro disse: "Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo". Jesus disse-lhe: "Apascenta as minhas ovelhas". 17Pela terceira vez, perguntou a Pedro: "Simão, filho de João, tu me amas?" Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava. Respondeu: "Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo". Jesus disse-lhe: "Apascenta as minhas ovelhas. 18Em verdade, em verdade te digo: quando eras jovem, tu te cingias e ias para onde querias. Quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres ir". 19Jesus disse isso, significando com que morte Pedro iria glorificar a Deus. E acrescentou: "Segue-me".

- Palavra da salvação
- Glória a Vós, Senhor.

Comentário ao Evangelho do dia feito por Bem-Aventurado João Paulo II
Encíclica «Ut unum sint» §§ 90-93 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev.)

«Apascenta as Minhas ovelhas»
O Bispo de Roma é o Bispo da Igreja que conserva o testemunho do martírio de Pedro e de Paulo. [...] O Evangelho de Mateus traça e especifica a missão pastoral de Pedro na Igreja. [...] «Também Eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a Minha Igreja» (16,18). Lucas põe em evidência que Cristo recomenda a Pedro que confirme os irmãos, mas ao mesmo tempo dá-lhe a conhecer a sua fraqueza humana e a sua necessidade de conversão (22,32). É como se, sobre o horizonte da fraqueza humana de Pedro, se manifestasse plenamente que o seu particular ministério na Igreja provém totalmente da graça. [...]
Logo a seguir à sua investidura, Pedro é repreendido com rara severidade por Cristo, que lhe diz: «Tu és para Mim um estorvo» (Mt 16, 23). Como não ver, na misericórdia de que Pedro tem necessidade, uma relação com o ministério daquela misericórdia que ele foi o primeiro a experimentar? [...] Também o Evangelho de João sublinha que Pedro recebe o encargo de apascentar o rebanho com uma tríplice profissão de amor, que corresponde à sua tríplice negação. [...] Quanto a Paulo, conclui a descrição do seu ministério com a surpreendente afirmação que lhe foi concedido ouvir dos lábios do Senhor: «Basta-te a Minha graça, porque é na fraqueza que a Minha força se revela totalmente», podendo em seguida exclamar: «Quando me sinto fraco, então é que sou forte» (2 Cor 12, 9-10). [...]
Herdeiro da missão de Pedro [...], o Bispo de Roma exerce um ministério que tem a sua origem na misericórdia multiforme de Deus, a qual converte os corações e infunde a força da graça onde o discípulo sente o sabor amargo da sua fraqueza e miséria. A autoridade própria deste ministério está posta totalmente ao serviço do desígnio misericordioso de Deus e há-de ser vista sempre nesta perspectiva. É nela que se explica o seu poder. Ligado como está à tríplice profissão de amor de Pedro, que corresponde à tríplice negação, o seu sucessor sabe que deve ser sinal de misericórdia. O seu ministério é um ministério de misericórdia, nascido de um acto de misericórdia de Cristo. Toda esta lição do Evangelho deve ser constantemente relida, para que o exercício do ministério petrino nada perca da sua autenticidade e transparência.