Para o Arcebispo, trata-se de um texto
rico de sugestões, de indicações; traz diretrizes que possam encorajar e
orientar uma nova etapa evangelizadora, cheia de ardor e dinamismo. Ele
ainda explica que a publicação dessa Exortação Apostólica suscitou
alegria, interesse, entusiasmo, atenção e também preocupações em alguns
setores da sociedade civil, como também em setores da Igreja. Conforme o
Prelado, os temas abordados pelo Papa são reflexo das conclusões do
Sínodo de 2012 sobre "A nova evangelização para a transmissão da fé
cristã", e estão baseados na Constituição Dogmática Lumem Gentium do
Concílio Vaticano II.
"A obra da evangelização interpela todos
os homens e mulheres de boa vontade, e acontece fundamentalmente em
três âmbitos: o da pastoral ordinária; o das pessoas batizadas que não
vivem as exigências do Batismo; e está relacionada com a proclamação do
Evangelho àqueles que não conhecem Jesus Cristo ou que sempre O
recusaram", acrescenta.
Dom Jaime esclarece também que todos os
batizados tem o dever de anunciar Jesus Cristo, sem excluir ninguém;
fazem-no não como quem impõe uma nova obrigação, mas como quem partilha
uma alegria, indica um horizonte estupendo, oferece um banquete
apetecível. Ele destaca que a Igreja não cresce por proselitismo, mas
por atração, e essa tarefa tem por fundamento a experiência existencial
do encontro com a pessoa de Jesus. Para o Arcebispo, tal experiência
pressupõe a familiarização com a pessoa de Jesus!
Além disso, o Prelado afirma que quando,
depois de um longo convívio, proximidade e intimidade, nos
familiarizamos com coisas ou pessoas, estas se tornam próximas de nós;
nós as conhecemos, nós as tocamos, mas também essas pessoas nos
conhecem, nos tocam, se tornam a nós imediatas. Ele avalia que as
pessoas que se nos tornaram familiares pressupõem de nós uma decisão de
acolhê-las, de assumi-las; e na medida em que vão se tornando sempre
mais próximas e familiares, exigem também de nós maior determinação em
acolhê-las e assumi-las. "Esse envolvimento recíproco vai transformando
nosso modo de ser, vai nos empenhando e, ao mesmo tempo, eleva nosso ser
a uma qualificação até então desconhecida."
De acordo com o Arcebispo, a obra da
nova evangelização requer proximidade, convívio e intimidade com a
pessoa de Jesus; mas também das pessoas que se sentem tocadas, atingidas
pelas palavras do Senhor, capazes de fazer novas todas as coisas. Dom
Jaime lembra que Bento XVI afirmou que isso acontece porque, no início
do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o
encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo
horizonte e, desta forma, o rumo decisivo.
"A experiência do encontro com a pessoa
de Jesus, a proximidade cultivada com Ele na vida do cotidiano, a
intimidade com o seu Evangelho, a disposição de querer segui-lo,
fazer-se seu discípulo, sua discípula, tudo isso vai forjando um modo de
pensar, de viver e de conviver; vai qualificando de forma distinta
nossa vida e a vida das pessoas com quem convivemos", completa.
Por fim, o Arcebispo de Porto Alegre
enfatiza que a obra da evangelização certamente requer planejamento,
método, pessoas dispostas; entretanto, requer antes de tudo, autênticas
testemunhas do crucificado-ressuscitado. Para ele, essa obra pressupõe
pessoas verdadeiramente apaixonadas por Jesus Cristo e seu Evangelho;
pessoas que se deixaram tocar pela pessoa de Jesus; homens e mulheres
que se deixam orientar pela Palavra que salva e concede vida.
"Quando, hoje, se fala em Evangelizar
com novo ardor, novos métodos, novas expressões, qual caminho para
construir a Comunidade de comunidades, precisamos todos, com coragem e
determinação, orientados pelo Espírito Santo de Deus, nos deixar formar
pela graça do Encontro com a pessoa de Jesus e seu Evangelho", conclui.
(FB)
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