Nosso
Deus é um Pai paciente que nos espera sempre, para nos receber e
perdoar. Mas atenção: a paciência evangélica não é indiferença diante do
O ensinamento da parábola é dúplice. Antes de tudo recorda que o mal
existente no mundo não deriva de Deus, mas do seu inimigo, o Maligno.
Deus é um Pai paciente que nos espera sempre
É curioso, o Maligno sai à noite para
semear o joio, na escuridão, na confusão; sai para semear o joio onde
não há luz. Este inimigo é astuto: semeou o mal no meio do bem, de tal
forma que para nós, homens, é impossível separá-lo claramente; mas
no final Deus conseguirá fazê-lo!
no final Deus conseguirá fazê-lo!
E aqui chegamos ao segundo tema: a
oposição entre a impaciência dos empregados e a espera paciente do dono
do campo, que representa Deus. Às vezes temos uma grande pressa de
julgar, classificar, pôr de um lado os bons e do outro os maus. Mas
recordai-vos da oração daquele homem soberbo: "Graças a Vós ó Deus, eu
sou bom, não sou como os outros homens, maus..." (cf. Lc 18, 11-12). Ao
contrário, Deus sabe esperar. Ele olha para o "campo" da vida de cada
pessoa com paciência e misericórdia: vê muito melhor do que nós a
sujeira e o mal, mas vê também os germes do bem e espera com confiança
que eles amadureçam. Deus é paciente, sabe esperar. Como isto é bom! O
nosso Deus é um Pai paciente que nos espera sempre, que nos aguarda com o
coração na mão para nos receber e perdoar. Perdoa-nos sempre se formos
ter com Ele.
No final o mal será arrancado e eliminado
A atitude do dono do campo é aquela da
esperança fundada na certeza de que o mal não é a primeira nem a última
palavra. E é graças a esta esperança paciente de Deus que o próprio
joio, ou seja, o coração maldoso, com muitos pecados, no final pode
tornar-se uma boa semente. Mas atenção: a paciência evangélica não é
indiferença diante do mal; não se pode fazer confusão entre o bem e o
mal! Perante o joio presente no mundo, o discípulo do Senhor é chamado a
imitar a paciência de Deus, a alimentar a esperança com o alento de uma
confiança inabalável na vitória final do bem, ou seja, de Deus.
Com efeito, no final o mal será
arrancado e eliminado: no tempo da colheita, isto é do Juízo, os
ceifeiros cumprirão a ordem do senhor, separando o joio para o
queimar (cf. Mt 13, 30). Naquele dia da ceifa final o Juiz será Jesus,
Aquele que lançou a boa semente no mundo e, tornando-Se Ele mesmo "grão
de trigo", morreu e ressuscitou. No final, todos nós seremos julgados
com a mesma medida com a qual tivermos julgado: a misericórdia que
tivermos usado em relação aos outros será utilizada também para conosco.
Peçamos a Nossa Senhora, nossa Mãe, que nos ajude a crescer na
paciência, na esperança e na misericórdia com todos os irmãos. Excerto
do Angelus de 20/7/2014 (Revista Arautos do Evangelho, Setembro/2014, n.
153, p. 7)
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