Igreja

Rádio GOTHMLP

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

A parábola do trigo e do joio

Nosso Deus é um Pai paciente que nos espera sempre, para nos receber e perdoar. Mas atenção: a paciência evangélica não é indiferença diante do O ensinamento da parábola é dúplice. Antes de tudo recorda que o mal existente no mundo não deriva de Deus, mas do seu inimigo, o Maligno.
Deus é um Pai paciente que nos espera sempre

É curioso, o Maligno sai à noite para semear o joio, na escuridão, na confusão; sai para semear o joio onde não há luz. Este inimigo é astuto: semeou o mal no meio do bem, de tal forma que para nós, homens, é impossível separá-lo claramente; mas
no final Deus conseguirá fazê-lo!
E aqui chegamos ao segundo tema: a oposição entre a impaciência dos empregados e a espera paciente do dono do campo, que representa Deus. Às vezes temos uma grande pressa de julgar, classificar, pôr de um lado os bons e do outro os maus. Mas recordai-vos da oração daquele homem soberbo: "Graças a Vós ó Deus, eu sou bom, não sou como os outros homens, maus..." (cf. Lc 18, 11-12). Ao contrário, Deus sabe esperar. Ele olha para o "campo" da vida de cada pessoa com paciência e misericórdia: vê muito melhor do que nós a sujeira e o mal, mas vê também os germes do bem e espera com confiança que eles amadureçam. Deus é paciente, sabe esperar. Como isto é bom! O nosso Deus é um Pai paciente que nos espera sempre, que nos aguarda com o coração na mão para nos receber e perdoar. Perdoa-nos sempre se formos ter com Ele.

No final o mal será arrancado e eliminado
A atitude do dono do campo é aquela da esperança fundada na certeza de que o mal não é a primeira nem a última palavra. E é graças a esta esperança paciente de Deus que o próprio joio, ou seja, o coração maldoso, com muitos pecados, no final pode tornar-se uma boa semente. Mas atenção: a paciência evangélica não é indiferença diante do mal; não se pode fazer confusão entre o bem e o mal! Perante o joio presente no mundo, o discípulo do Senhor é chamado a imitar a paciência de Deus, a alimentar a esperança com o alento de uma confiança inabalável na vitória final do bem, ou seja, de Deus.
Com efeito, no final o mal será arrancado e eliminado: no tempo da colheita, isto é do Juízo, os ceifeiros cumprirão a ordem do senhor, separando o joio para o queimar (cf. Mt 13, 30). Naquele dia da ceifa final o Juiz será Jesus, Aquele que lançou a boa semente no mundo e, tornando-Se Ele mesmo "grão de trigo", morreu e ressuscitou. No final, todos nós seremos julgados com a mesma medida com a qual tivermos julgado: a misericórdia que tivermos usado em relação aos outros será utilizada também para conosco. Peçamos a Nossa Senhora, nossa Mãe, que nos ajude a crescer na paciência, na esperança e na misericórdia com todos os irmãos. Excerto do Angelus de 20/7/2014 (Revista Arautos do Evangelho, Setembro/2014, n. 153, p. 7)

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