A esta criatura dileta entre todas, superior a tudo quanto foi criado, e
inferior somente à humanidade santíssima de Nosso Senhor Jesus Cristo,
Deus
conferiu um privilégio incomparável, que é a Imaculada Conceição.
conferiu um privilégio incomparável, que é a Imaculada Conceição.
O
vocabulário humano não é suficiente para exprimir a santidade de Nossa
Senhora. Na ordem natural, os Santos e os Doutores A compararam ao sol.
Mas se houvesse algum astro inconcebivelmente mais brilhante e mais
glorioso do que o sol, é a esse que A comparariam.
E acabariam por dizer que este astro daria d'Ela uma imagem pálida,
defeituosa, insuficiente. Na ordem moral, afirmam que Ela transcendeu de
muito todas as virtudes, não só de todos os varões e matronas insignes
da Antiguidade, mas - o que é incomensuravelmente mais - de todos os
Santos da Igreja Católica.
Imagine-se
uma criatura tendo todo o amor de São Francisco de Assis, todo o zelo
de São Domingos de Gusmão, toda a piedade de São Bento, todo o
recolhimento de Santa Teresa, toda a sabedoria de São Tomás, toda a
intrepidez de Santo Inácio, toda a pureza de São Luiz Gonzaga, a
paciência de um São Lourenço, o espírito de mortificação de todos os
anacoretas do deserto: ela não chegaria aos pés de Nossa Senhora.
Mais
ainda. A glória dos Anjos é algo de incompreensível ao intelecto
humano. Certa vez, apareceu a um santo o seu Anjo da Guarda. Tal era sua
glória, que o Santo pensou que se tratasse do próprio Deus, e se
dispunha a adorá-lo, quando o Anjo revelou quem era. Ora, os Anjos da
Guarda não pretendem habitualmente às mais altas hierarquias celestes. E
a glória de Nossa Senhora está incomensuravelmente acima da de todos os
coros angélicos.
Poderia
haver contraste maior entre esta obra-prima da natureza e da graça, não
só indescritível mas até inconcebível, e o charco de vícios e misérias,
que era o mundo antes de Cristo?
A
esta criatura dileta entre todas, superior a tudo quanto foi criado, e
inferior somente à humanidade santíssima de Nosso Senhor Jesus Cristo,
Deus conferiu um privilégio incomparável, que é a Imaculada Conceição.
Em
virtude do pecado original, a inteligência humana se tornou sujeita a
errar, a vontade ficou exposta a desfalecimentos, a sensibilidade ficou
presa das paixões desordenadas, o corpo por assim dizer foi posto em
revolta contra a alma.
Ora,
pelo privilégio de sua Conceição Imaculada, Nossa Senhora foi
preservada da mancha do pecado original desde o primeiro instante de seu
ser. E, assim, n'Ela tudo era harmonia profunda, perfeita,
imperturbável. O intelecto jamais exposto a erro, dotado de um
entendimento, uma clareza, uma agilidade inexprimível, iluminado pelas
graças mais altas, tinha um conhecimento admirável das coisas do Céu e
da Terra.
A
vontade, dócil em tudo ao intelecto, estava inteiramente voltada para o
bem, e governava plenamente a sensibilidade, que jamais sentia em si,
nem pedia à vontade algo que não fosse plenamente justo e conforme à
razão. Imagine-se uma vontade naturalmente tão perfeita, uma
sensibilidade naturalmente tão irrepreensível, esta e aquela
enriquecidas e super-enriquecidas de graças inefáveis,
perfeitissimamente correspondidas a todo o momento, e se pode ter uma
idéia do que era a Santíssima Virgem. Ou antes se pode compreender por
que motivo nem sequer se é capaz de formar uma ideia do que a Santíssima
Virgem era.
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