No dia 5 de
maio de 1917, o mundo ainda vivia os horrores da Primeira Guerra
Mundial, então o papa Bento XV convidou todos os católicos a se unirem
em uma corrente de orações para obter a paz mundial com a intercessão da
Virgem Maria. Oito dias depois ela respondeu à humanidade através das
aparições em Fátima, Portugal.
Foram três humildes pastores, filhos de famílias pobres, simples e
profundamente católicas, os mensageiros escolhidos por Nossa Senhora.
Lúcia, a mais velha, tinha dez anos, e os primos, Francisco e Jacinta,
nove e sete anos respectivamente. Os três eram analfabetos.
Contam as crianças que brincavam enquanto as ovelhas pastavam. Ao
meio-dia, rezaram o terço. Porém rezaram à moda deles, de forma rápida,
para poder voltar a brincar. Em vez de recitar as orações completas,
apenas diziam o nome delas: "ave-maria, santa-maria" etc. Ao voltar para
as brincadeiras, depararam com a Virgem Maria pairando acima de uma
árvore não muito alta. Assustados, Jacinta e Francisco apenas ouvem
Nossa Senhora conversando com Lúcia. Ela pede que os pequenos rezem o
terço inteirinho e que venham àquele mesmo local todo dia 13 de cada
mês, desaparecendo em seguida. O encontro acontece pelos sete meses
seguintes.
As crianças mudam radicalmente. Passam a rezar e a fazer sacrifícios
diários. Relatam aos pais e autoridades religiosas o que se passou.
Logo, uma multidão começa a acompanhar o encontro das crianças com Nossa
Senhora.
As mensagens trazidas por ela pediam ao povo orações, penitências,
conversão e fé. A pressão das autoridades sobre os meninos era intensa,
pois somente eles viam a Virgem Maria e depois contavam as mensagens
recebidas, até mesmo previsões para o futuro, as quais foram reveladas
nos anos seguintes e, a última, o chamado "terceiro segredo de Fátima",
no final do segundo milênio, provocando o surgimento de especulações e
histórias fantásticas sobre seu conteúdo. Agora divulgado ao mundo,
soube-se que previa o atentado contra o papa João Paulo II, ocorrido em
1981.
Na época, muitos duvidavam das visões das crianças. As aparições só
começaram a ser reconhecidas oficialmente pela Igreja na última delas,
em 13 de outubro, quando sinais extraordinários e impressionantes foram
vistos por todos no céu, principalmente no disco solar. Poucos anos
depois, os irmãos Francisco e Jacinta morreram. A mais velha tornou-se
religiosa de clausura, tomando o nome de Lúcia de Jesus, e permaneceu
sem contato com o mundo por muitos anos.
O local das aparições de Maria foi transformado num santuário para
Nossa Senhora de Fátima. Em 1946, na presença do cardeal representante
da Santa Sé e entre uma multidão de católicos, houve a coroação da
estátua da Santíssima Virgem de Fátima. Em 13 de maio de 1967, por
ocasião do aniversário dos cinqüenta anos das aparições de Fátima, o
papa Paulo VI foi ao santuário para celebrar a santa missa a mais de um
milhão de peregrinos que o aguardavam, entre eles irmã Lúcia de Jesus, a
pastora sobrevivente, que viu e conversou com Maria, a Mãe de Deus.
Esta mensagem de Fátima foi um apelo à conversão, alertando a
humanidade para não travar a luta entre o bem e o mal deixando Deus de
lado, pois não conseguirá chegar à felicidade, pois, ao contrário,
acabará destruindo-se a si mesma. Na sua solicitude materna, a
Santíssima Virgem foi a Fátima pedir aos homens para não ofender mais a
Deus Nosso Pai, que já está muito ofendido. Foi a dor de mãe que a fez
falar, pois o que estava em jogo era a sorte de seus filhos. Por isso
ela sempre dizia aos pastorzinhos: "Rezai, rezai muito e fazei
sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não
haver quem se sacrifique e peça por elas".
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