Uma verdade de Fé
Santo Tomás de Aquino apresenta para a criação dos anjos, uma razão de conveniência, de grande profundidade filosófica:
“É necessário admitir a existência de algumas criaturas incorpóreas, porque o requer a perfeição do universo”.
“É necessário admitir a existência de algumas criaturas incorpóreas, porque o requer a perfeição do universo”.
A
existência dos anjos é uma verdade de fé confirmada por vários
Concílios, pela Sagrada Escritura e pela Tradição da Igreja, que os
apresenta nos escritos dos Santos Padres e dos Santos doutores.
O primeiro Concílio Ecumênico que confirmou a existência dos seres
espirituais foi o de Niceia, em 325. Essa verdade foi reafirmada no
Concílio de Constantinopla I, em 381. Também o Concílio regional de
Toledo, em 400, na Espanha.
O Magistério da Igreja confirmou a realidade dos anjos sobretudo no
Concílio de Latrão IV (1215), em Roma, ao declarar contra o dualismo dos
hereges cátaros:
“Deus é o Criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis,
espirituais e corporais; por sua onipotência no início do tempo criou
igualmente do nada as criaturas espirituais e corporais, isto é, o mundo
dos anjos e o mundo terrestre; em seguida criou o homem, que de certo
modo compreende umas e outras, pois consta de espírito e corpo. O diabo e
os outros demônios foram por Deus criados bons, mas por livre
iniciativa tornaram-se maus. O homem pecou por sugestão do diabo.” (DS 800 ).
A existência dos Anjos foi reafirmada, no II Concílio de Lião, sob
Gregório X, em 1274, nos seguintes termos: “Cremos em um Deus
Onipotente…, criador de todas as criaturas, de quem, em quem e por quem
existem todas as coisas no céu e na terra, visíveis, corporais e
espirituais” (DS 461).
São Paulo ensinava em sua primeira Carta aos fiéis de Colossos: “Nele
foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as criaturas
visíveis e invisíveis, Tronos, Dominações (ou Sobera-nias), Principados,
Postestades (ou Autoridades): tudo foi criado por Ele e para Ele”. (Cl 1, 16)
O Concílio de Florença, sob Eugênio IV (1441-2) pelo Decreto
“Pro-lacobitis”, e pela Bula “Contate Domine”, de 4 de janeiro de 1441
assim se expressou: “A sacrossanta Igreja romana crê firmemen te,
professa e prega que um só é o verdadeiro Deus, que é o criador de todas
as coisas visíveis e invisíveis, o qual quando quis, por sua vontade
criou todas as criaturas, tanto espirituais como corporais” (D.S, 706).
O Concílio de Trento (1545-1563) repetiu o ensinamento tradicional
definido no IV Concílio de Latrão. Lê-se no Catecismo Romano e na
profissão de Fé expressa na Bula “lniunctum nobis”, do Papa Paulo IV de
13 de novembro de 1564: “Deus criou também, do nada, a natureza
espiritual e inumeráveis Anjos para que o servissem e assistissem”. (la.
parte, Cap. 2, a.1 do Símbolo., n. 17).
O
Concílio Vaticano I (1869-1870) pelos decretos 3002 e 3025 da
“Constitutio de fide catholica” (DS, 1873) – e “Dei Filius”, ao condenar
certos erros, afirma: “Este Deus único verdadeiro…, com um ato
libérrimo no início dos tempos, fez do nada ambas as criaturas, a
espiritual e a corporal, isto é, a angélica e o mundo; depois a criatura
humana, como que participando de ambas, constituída de alma e de
corpo”.
O mesmo Concilio condenou os que “Afirmam que fora da matéria, nada
mais existe” (Dec. 3022, 3025 – “Contra o materialismo”, DS 1802):
“Se alguém negar que existe um só Deus verdadeiro criador das coisas visíveis e invisíveis, seja anátema”. (DS 1801): “Se alguém disser que as coisas finitas, quer sejam corpóreas, quer espirituais são emanações da substância divina… seja anátema” (Contra o Panteísmo, Cânon 4).
“Se alguém negar que existe um só Deus verdadeiro criador das coisas visíveis e invisíveis, seja anátema”. (DS 1801): “Se alguém disser que as coisas finitas, quer sejam corpóreas, quer espirituais são emanações da substância divina… seja anátema” (Contra o Panteísmo, Cânon 4).
Na Encíclica “Summi Pontificatus”, de 20 de outubro de 1939, Pio XII
lamenta que “alguns ainda perguntem se os Anjos são seres pessoais e se a
matéria difere essencialmente do espírito” (DS 2318).
O Catecismo da Igreja afirma sem hesitação a existência dos anjos:
“A existência dos seres espirituais, não-corporais, que e Sagrada Escritura chama habitualmente de anjos, é uma verdade de fé. O testemunho da Escritura a respeito é tão claro quanto a unanimidade da Tradição” (§ 328).
“A existência dos seres espirituais, não-corporais, que e Sagrada Escritura chama habitualmente de anjos, é uma verdade de fé. O testemunho da Escritura a respeito é tão claro quanto a unanimidade da Tradição” (§ 328).
Diante de uma certa tendência de negar que os anjos são seres
pessoais, mas apenas “instintos” ou “forças neutras”, como se fosse
apenas uma tendência para o bem ou para o mal, o Papa Pio XII na sua
encíclica “Humani Generis” (1959), reafirmou que os anjos são “criaturas
pessoais”, dotadas de inteligência sagaz e vontade livre (DS 3891
[2317]).
São Gregório Magno dizia que cada página da Revelação escrita atesta a
existência dos Anjos. A presença e a ação dos anjos bons e maus estão a
tal ponto inseridas na história da Humanidade, na Sagrada Escritura e
na Tradição da Igreja, que não se pode negar a sua existência e ação,
sem destruir a Revelação de Deus.
O fato de muitas vezes os anjos terem sido apresentados de maneira
fantasiosa ou infantil, não nos autoriza a negar a sua existência. Sendo
seres espirituais, os anjos bons e maus não podem ter a sua existência
provada experimental e racionalmente; no entanto, a Revelação atesta a
sua realidade. Os Anjos são mencionados mais de 300 vezes na Sagrada
Escritura. Portanto, não há como negar a existência dos anjos, sem
contradizer o claro ensinamento da Igreja.
Fonte: blog.cancaonova.com/
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