Igreja

Rádio GOTHMLP

quarta-feira, 23 de maio de 2012

A Perfeição na Vida de Família

Princípios Básicos

A família católica não é como outra família qualquer. Para nós, ela é a família por excelência: se inicia com o casamento, “instituído pelo próprio Deus no princípio do mundo para a propagação e conservação do gênero humano e por Ele decretado indissolúvel, (…) feito mais indissolúvel e mais santo ainda por Cristo, que lhe conferiu a dignidade de Sacramento, e dele fez a figura da sua união com a Igreja” (Leão XIII, Quod Apostolici Muneris, 28 de dezembro de 1878)
Assim, a família surgida do sacramento do matrimônio é o único modelo de família reconhecido pela Igreja. Esta família se baseia na união indissolúvel de um homem e uma mulher com vistas à geração e educação da prole, e auxílio mútuo do casal.
Já de início é possível perceber a enorme distância desta família católica daquelas outras, chamadas de família, mas que verdadeiramente, no sentido cristão, não o são. A começar pelo laço eterno entre esposos: isto quer dizer que o casamento católico não acaba… não existe divórcio, como nas uniões realizadas pelos protestantes ou no civil. Nosso Senhor foi veemente quanto a isto, dizendo “Portanto, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não o deve separar” (Mt 19,6; cf. Mc 10,9).
Depois, o dever da procriação: dever singular, que não permite o uso de quaisquer meios artificiais para “evitar” a vinda da prole. Então, é impensável para um casal católico o uso de pílulas anticoncepcionais, dispositivos-intrauterinos, preservativos…
A Igreja, pela voz do sacerdote, nos pergunta no momento da celebração do matrimônio: “aceitam os filhos que Deus lhes confiar?” A resposta, obviamente, só pode ser uma: “sim”. E se a resposta é sim, quer dizer que devemos estar sempre abertos à vida . Desde tempos imemoriais, a família numerosa foi considerada uma benção de Deus; nas Sagradas Escrituras se diz:
Tua mulher será em teu lar
Como uma vinha fecunda.
Teus filhos em torno à tua mesa serão
Como brotos de oliveira (Sl 127,3)
Mas, não basta a indissolubilidade e a procriação para fazer de uma família a imagem verdadeira do lar católico. Santo Afonso de Ligório diz que a educação cristã é obrigação dos pais: “os pais pecam, se não ensinam a seus filhos as coisas da Fé e da salvação eterna”.
Estes são os pressupostos para a existência de uma família católica: ou seja, os elementos básicos que formam a família cristã, de acordo com a Igreja.

A Perfeição em Família

São Francisco de Sales, doutor da Igreja, disse que “os esposos não devem amar-se somente com um amor natural, como fazem os entes irracionais, nem somente com amor humano, como os pagãos. Mas os maridos devem amar as esposas como Cristo ama a Igreja, e as mulheres devem amar os maridos como a Igreja ama a Cristo, portanto com um amor santo (…)”.
O amor puramente natural, vê-se claramente, é um amor indigno, sensual, ao qual os cônjuges católicos não devem se vincular, pois é desordenado e egoísta: visa somente os prazeres do corpo, violando assim a santidade do matrimônio. Este é o amor carnal que os adeptos do amor livre procuram para si… terrível e hedonista.
O amor humano é bem descrito neste trecho de artigo da Revista Época: “A cada duas semanas, Mônica e o marido deixam as crianças com babás ou alguém da família para pegar um cinema ou jantar.” É o amor que só existe por causa das afinidades comuns. “Eu me casei com Fulano porque ele gosta dos mesmos filmes que eu, porque a aparência dele me agrada, porque ele faz as minhas vontades”. Poderíamos batizar esta relação de “casamento de interesse”, que só dura enquanto duram estes pequenos prazeres em comum. Quando as responsabilidades começam a aparecer e o tempo livre desaparece, impossibilitando estas distrações, o casamento entra em crise… e alguns dizem a famosa frase “descobri que estou casada/o com um estranho!” (2).
Segundo o santo bispo de Genebra, o amor do marido deve ser como o de Cristo em relação à Igreja; e o amor das esposas deve ser como o da Igreja em relação à Cristo. Ora, com que palavra pode ser descrito o amor de Nosso Senhor pela Sua Igreja e vice-versa? Somente uma: perfeição.
A perfeição consiste, sempre de acordo com a Igreja, em procurar o fim mais elevado das coisas. Não se limita somente a evitar pecados, sejam eles graves ou veniais, nem a evitar os pequenos defeitos. É também isto: combater nossos vícios e mesmo os menores defeitos. Mas, é acima de tudo “defender e promover os direitos sagrados…”  do lar e “…constituir, em toda força do termo, uma sociedade cristã” (Pio XII, Alocução de 16 de setembro de 1951).
Pio XI, na encíclica Casti Connubii (31 de dezembro de 1931) disse que os cônjuges   devem se auxiliar para uma “… formação e perfeição interior cada vez melhores”, pedindo o auxílio de Deus para “… chegar ao cume da perfeição cristã”.
Então, concretamente, o que o casal católico deve procurar para a vida de família? Deve, se guiando pelos princípios estabelecidos desde sempre pela Igreja (na voz dos papas, santos e dignos prelados e sacerdotes), fazer de seu lar uma verdadeira escola de santificação, onde não se pautam pelo pensamento do mundo. Deve, portanto, evitar aqueles hábitos que causam desordens. Por exemplo, limitar ou mesmo evitar o uso da televisão é uma boa iniciativa para quem deseje uma relação mais próxima com os familiares: quando a TV está ligada, é notável como as conversas familiares diminuem, o costume de fazer as refeições à mesa vai sendo substituído pelo de fazê-las em frente à tela… e, para piorar, o que é assistido geralmente ofende à moral, já que são frequentes os programas com mulheres semi-nuas, temas imorais ou preconceituosos em relação à fé católica.
O mesmo pode-se dizer, por tabela, dos vídeo-games, computadores, celulares, etc… geralmente os filhos são os mais atraídos para estes entretenimentos: e, quando entram, dificilmente serão comedidos. Assim, vão pouco a pouco trocando a família pelos jogos e amigos virtuais. Isto pode chegar a tal situação que os pais já não conhecem mais os próprios filhos: cria-se uma barreira virtual que rouba os filhos à família.

Fonte: Blog “As chamas do lar católico”.

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