Humildade: porta para o Reino de Deus
Quando Nosso Senhor Jesus Cristo começou a pregar, falou muito sobre o Reino de Deus. “Não andeis demasiadamente inquietos nem com o que vos é preciso para alimentar a vossa vida, nem com o que vestir o vosso corpo. Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem fazem provisão nos celeiros, e contudo vosso Pai celeste as sustenta. Porventura não sois vós muito mais do que elas?” (Mt 6,25-26). “Buscai, pois, em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas de acréscimo” (Mt 6,33).
Às vezes, põe-se-nos a pergunta:
“Será que vale a pena trabalhar para o Reino de Deus, suportar críticas e perseguições?”
Nosso Senhor responde que sim, ao afirmar que todo aquele que for prejudicado por causa dEle e do Santo Evangelho receberá o cêntuplo (cem vezes) mesmo nesta vida e, no século futuro, a vida eterna (cf. Mc. 10,30). E, depois:
“Que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? (…) No meio desta geração adúltera e pecadora, quem se envergonhar de mim e dos meus ensinamentos, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos (cf. Mc. 8,36-38).
Nosso Senhor Jesus Cristo coloca como porta para o Reino de Deus a humildade, dizendo que temos de ser como crianças, pois é delas o Reino dos Céus.
Evidentemente Nosso Senhor não mandou que tenhamos a idade de criança, mas sim a sua inocência, obtida por nossos esforços enquanto a criança a tem devida à idade, de maneira a sermos crianças quanto à malícia e não quanto à sabedoria (1 Cor 14). É como se Nosso Senhor dissesse: “Sejam como este menino, que os proponho como exemplo: não é obstinado à cólera, esquece o mal que se lhe tenha feito, não se deleita em ver uma mulher concupiscente, não é falso, pensando uma coisa e dizendo outra; deste modo, vós, se não tiverdes essa inocência e essa pureza de alma, não podereis entrar no Reino dos Céus.”
Nós somos orgulhosos e igualitários, e precisamos pedir muito a Nosso Senhor Jesus Cristo, pela intercessão da Virgem Maria e de São José, a graça da humildade. Lúcifer se perdeu por causa do orgulho. Ele viu como era belo e quis ser como Deus. Então, tornou-se monstruoso, pois rompeu com a fonte que lhe dava toda a beleza. O demônio não tentou Eva primeiramente pela sexualidade, mas pela soberba, dizendo-lhe que, se comesse da fruta, ela se tornaria como Deus.
E Eva, por sua vez, induziu Adão também a comer. E o pecado entrou na humanidade por meio da soberba. Por isso foi pela humildade que Nosso Senhor e a Santíssima Virgem venceram o pecado. Deus a escolheu para sua mãe, pois ela era a mais humilde das mulheres: “Ele olhou para a humildade de sua serva”, diz o Magnificat. E Nosso Senhor Jesus Cristo, sendo Deus, se rebaixou ao se fazer homem, aceitou se sujeitar ao frio e à fome. Aceitou a morte, e à morte de cruz, por obediência. Sofreu tudo isso para nos resgatar da soberba de Adão.
No capítulo 7, versículo 24, de São Mateus está escrito: “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as observa, será semelhante ao homem sábio, que edificou a sua casa sobre rocha”. Ao contrário, a quem não deu crédito aos ensinamentos da Santa Igreja, não acreditou em Nosso Senhor, não deu ouvidos às advertências de Nossa Senhora ao longo dos tempos, “vai ter grande sua ruína”, pois edificou sua casa em acumular riquezas, correr atrás de prestígio mundano e de imoralidade.
“Grande ruína” é que começa a acontecer. E só há uma solução autêntica: “voltar à casa paterna”. Ou seja, ao modo de vida da civilização autenticamente cristã.
Fonte: Blog Canção Nova (com adaptações)
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