Redação (Sexta-feira, 01-02-2013, Gaudium Press) Nas
páginas sagradas dos Evangelhos brota a devoção ao Sagrado Coração de
Jesus aberto pela lança de Longinos do qual brotou sangue e água (cf. Jo
19, 34). Também deste Coração cruelmente traspassado nasce, em um
escachoar de amor pela humanidade, a Santa Igreja Católica Apostólica e
Romana.
Os anos viram esta devoção expandir-se
por todo o mundo. Na segunda metade do século XVII, mais precisamente no
ano de 1670, São João Eudes introduziu pela primeira vez uma festa
pública ao Sagrado Coração de Jesus. Apenas três anos depois, no
mosteiro de Paray-le-Monial, Santa Margarida Maria Alacoque passou a
receber uma séria de aparições de nosso Senhor Jesus Cristo
indicando-lhe a devoção ao Seu Coração Sagrado.
Na oitava da festa de Corpus Christi de
1675 o Coração de Jesus revelou à Santa Margarida: "Eis o Coração que
tanto amou os homens, que nada poupou, até se esgotar e se consumir para
lhes testemunhar Seu amor. Como reconhecimento não recebo da maioria
deles senão ingratidão, por suas irreverências e seus sacrilégios, e
pela frieza e desprezo que têm por mim neste sacramento de amor. Mas o
que me é mais sensível é que são corações consagrados que procedem
assim. Por isso eu te peço que a primeira sexta-feira, depois da oitava
do Santíssimo Sacramento, seja dedicada a uma festa particular, para
honrar meu Coração, comungando, neste dia, e fazendo-lhe reparação de
honra, por um pedido de desculpas, para reparar as indignidades que ele
recebeu, durante o tempo em que ficou exposto nos altares. Prometo-te
também que meu Coração se dilatará para espalhar, em abundância, as
influências de seu divino amor sobre os que lhe prestarem esta honra, e
que conseguirem que esta lhe seja dada"[1].
Ao longo das aparições o divino Coração
prometeu aos Seus devotos; conceder sua benção sobre as casas onde sua
imagem for exposta e venerada; dar graças especiais; a paz nas famílias;
a consolação nas aflições; ser o refúgio durante a vida e
principalmente no momento da morte; abençoar todos os seus trabalhos e
empreendimentos; ser uma fonte inesgotável de misericórdia para os
pecadores; aperfeiçoar as almas fervorosas; aos sacerdotes o poder de
tocar as almas mais empedernidas. Prometeu também que aqueles que
propagarem a devoção a Ele terão seus nomes inscritos em Seu Coração.
Durante a Ação de Graças após receber a
comunhão, Santa Margarida recebe este importante comunicado do Coração
de Jesus: "Prometo-te, pela excessiva misericórdia do meu Coração, que o
Seu amor onipotente obterá a todos aqueles que comungarem nove
primeiras sextas-feiras do mês consecutivas, a graça da penitência
final, que não morrerão na minha inimizade, sem receber os sacramentos e
que o Meu divino Coração será o seu refúgio assegurado na última hora.
Nada temas, Eu reinarei apesar dos Meus inimigos e de todos aqueles que
procurarão opor-se".
A partir de então o culto ao Coração de
Jesus passou a ser estimulado com enorme empenho pelo Magistério da
Igreja. São Claudio la Colombière, sacerdote jesuíta, ficou conhecido
como o apóstolo do Sagrado Coração de Jesus. O Beato Pio IX, no ano de
1856, estendeu sua festa por todo o orbe. Leão XIII consagrou o mundo ao
Coração de Jesus em 1899. A encíclica de Pio XII, Haurietis aquas,
publicada em 15 de maio de 1956 é mais uma demonstração de quanto os
Romanos Pontífices tem procurado difundir o amor a este Coração que nos é
apresentado pelo próprio Jesus como fonte de paz e reparação: "Vinde a
mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai
meu jugo sobre vós e aprendei de mim, porque eu sou manso e humilde de
coração e encontrareis descanso para as vossas almas. Pois o meu jugo é
suave e o meu fardo é leve". (Mt 11, 28-30)
[1] DUFOUR, Gerard. Rezar 15 dias com Margarida Maria. São Paulo, Loyola, 1996. p. 55.
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