Os Exercícios Espirituais de Santo Inácio constituem meditações diárias sobre as grandes verdades da Fé. À respeito do Santo Natal, assim discorre o fundador da Companhia de Jesus:
“Olha para todas as partes daquela lapinha (presépio), e não só não acharás em toda ela coisa alguma supérflua, mas acharás grande falta de todo o necessário, nascendo nela Jesus à meia noite, no coração do inverno, sem fogo e sem proteção alguma.
Para padecer tanta pobreza e desamparo, dispôs que sua Mãe Santíssima e São José viessem de Nazaré – onde podia nascer com alguma, ainda que pouca comodidade, e que em Belém não achassem quem os recolhesse.
Os homens do mundo envergonham-se da pobreza e fingem-se mais ricos do que na verdade são: porém Jesus Cristo quis logo no seu nascimento fazer pompa de sua suma pobreza e desamparo, chamando do Céu Anjos, do campo pastores, e das cidades reis, para o adorarem naquele estado de tanta pobreza e desamparo, servindo-lhe o presépio de trono, a gruta de palácio, e dois pobres animais de cortesãos.”
“É verdade que não és obrigado, porque és cristão, a seres pobre; és, porém obrigado a estimar tão pouco todas as riquezas, que por todas elas juntas não te movas a quebrar os Mandamentos da lei de Deus: o que vem a ser o mesmo que seres obrigado a fazer uma coisa mais dificultosa, retendo as tuas comodidades, do que seria se com efeito deixasses as mesmas riquezas e comodidades.”
(EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS – Meditação IV – Santo Inácio de Loyola – Livraria Apostolado da Imprensa – Porto, Portugal – 1a.edição, 1953, pp. 117 e 118).
N. B.: Imitemos o Menino do presépio em sua pobreza. Pelo menos, e o que é suficiente, tenhamos o desapego a nossos bens terrenos, por amor aos bens espirituais, o que aliás prega todo Evangelho, ensinado por Nosso Senhor Jesus Cristo.
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