Para se alcançar a salvação eterna, não basta querer salvar-se; é necessário empregar os meios que Jesus Cristo nos deu.
Ao contrário, se cairmos no pecado, em vão alegaremos, no dia do juízo, que as tentações eram fortes e nós fracos: porque Deus nos preparou os meios de vencermos pela sua graça todos os assaltos dos nossos inimigos; nossa é toda a culpa, se sucumbimos por não termos querido aproveitar-nos dela.
Todos querem salvar-se, mas, por que não empregam os meios para este fim, muitos pecam e se condenam.
O primeiro meio é a fuga das ocasiões. Aqueles que não têm cuidado de fugir delas, principalmente em matéria de impureza, caem inevitavelmente no pecado; porque a ocasião é como uma venda que nos cobre os olhos e faz que não possamos ver mais nada. Nem Deus, nem inferno, nem resoluções tomadas.
Em matéria de ocasiões, é preciso que nos façamos violência e estejamos resolvidos a vencer todo o respeito humano. Sem nos fazermos violência, não esperemos salvação.
O segundo meio é a oração mental, sem a qual é difícil manter-se muito tempo na graça de Deus. Quem medita frequentemente nos novíssimos, não cairá no pecado; se eles não são meditados frequentemente, apagar-se-ão da memória, e quando se apresentam os prazeres dos sentidos, somos facilmente arrastados.
Eis como tantos desgraçados se entregam ao vício e se condenam.
Fazei então cada dia meia hora de oração ou ao menos leia algum livro espiritual, ou faça alguma súplica. Se não desprezardes a oração, estai certos de que vos salvareis.
O terceiro meio é a freqüência aos sacramentos. Pela confissão freqüente conserva-se a pureza da alma, e se obtém, não somente o perdão das faltas, mas ainda aumento de socorros para resistir às tentações.
A comunhão é chamada pão celeste, porque como o pão terrestre conserva a vida da alma. Sem este nutrimento celeste, não tereis a vida em vós, diz o Senhor (S. João 6,54). Mas àquele que a freqüenta ele promete a vida eterna.
Eis a razão pela qual o Concílio de Trento chama este Sacramento de “um antídoto que nos livra dos pecados veniais, e nos preserva dos mortais”.
Tomai então a firme resolução de comungar ao menos em oito dias, e de nunca deixar esta devoção por nenhum negócio do mundo. Não há negócio mais importante do que a salvação eterna. Observai também que, quanto mais estais metido no mundo, tanto mais vos são necessárias as graças, visto como estais expostos a maiores tentações.
O quarto meio é a audição da missa todos os dias.
O quinto meio é a visita quotidiana ao SS. Sacramento numa igreja e à Mãe de Deus diante duma imagem devota.
O sexto meio, o mais necessário a praticar-se, é a oração. É certo que sem o socorro de Deus não podemos fazer nada de meritório para a vida eterna; também é certo que Deus protesta não conceder o seu socorro senão aos que lho pedem. Aquele que ora salva-se com certeza, aquele que não ora com certeza se condena.
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