Igreja

Rádio GOTHMLP

sexta-feira, 9 de março de 2012

Fundamento e causa principal de nossa vida: o amor de Deus e a graça.

O amor de Deus se pratica levando uma vida virtuosa. Ou seja, vivendo-se segundo os Mandamentos da Lei de Deus, o que só é possível mediante obtenção, por meios dos Sacramentos, das graças necessárias.

Vida ativa e vida contemplativa
Como ensinam os santos e doutores da Igreja, a perfeição da vida virtuosa se reduz às duas modalidades: a vida ativa e a vida contemplativa.
À vida ativa pertencem as operações corporais e sensitivas, praticadas em coisas humanas, as quais são muito diversas. Os atos da vida ativa procedem das virtudes morais (prudência, justiça, fortaleza e temperança) e delas recebem a perfeição que lhes é própria.
À vida contemplativa pertencem as operações interiores do entendimento e da vontade, cujo objeto é nobilíssimo, espiritual e específico da criatura intelectual e racional.
Por este motivo, a vida contemplativa é mais excelente que a vida ativa. Por si mesma é mais amável, por ser mais tranqüila, deleitável e bela; aproxima-se mais do fim último do homem, que é Deus, em cujo altíssimo conhecimento e amor consiste. Deste modo, participa mais da vida eterna que é totalmente contemplativa.
São as duas irmãs: Marta e Maria (Lc 10, 41 e 42); uma tranqüila e afável; a outra solícita e agitada. Ou então, às outras duas irmãs e esposas: Lia e Raquel (Gn 29, 17); a primeira fecunda, porém feia e de olhos doentes; a segunda formosa, agraciada, mas a princípio estéril.
A vida ativa produz mais, aparentemente, ainda que se disperse entre muitas e diversas ocupações. Mas, daí lhe vêm “olhos” pouco claros para penetrar nas coisas elevadas, sublimes e divinas.
A vida contemplativa é belíssima, ainda que a princípio não se note sua fecundidade (resultado). Seu fruto geralmente é mais demorado, procede da oração e de méritos de sua perfeição e amizade com Deus. Isto inclina o Senhor a expandir sua prodigalidade com outras almas, e por isto, seus frutos costumam ser de preciosas e abundantes bênçãos.
União das duas vidas (ativa e contemplativa): ápice da perfeição cristã
A união destas duas vidas é o ápice da perfeição cristã. Contudo, realizá-la é tão difícil, como aconteceu com Marta e Maria, Lia e Raquel.
Estas, distintas uma da outra, cada qual representava uma só daquelas vidas. Em nenhuma dessas representantes, as duas vidas estavam reunidas, pela dificuldade de subsistirem em grau perfeito, ao mesmo tempo, numa mesma pessoa.
Os Santos esforçaram-se muito nesse ponto, e a doutrina dos mestres espirituais procura alcançar esta união. Igualmente foram as instruções de homens doutos e apostólicos, os exemplos dos Apóstolos e dos fundadores dos institutos religiosos. Todos procuraram conciliar a contemplação com a ação, tanto quanto lhes era concedido pela divina graça.
Sempre, porém, verificaram que a vida ativa, pela multidão de suas ações em objetos inferiores, dissipa e perturba o coração, como Nosso Senhor disse à Marta. Por mais que se esforce por se recolher à quietude e poder elevar-se aos altíssimos objetos da contemplação, não o pode conseguir na vida ativa, senão com grande dificuldade e por breve tempo, salvo especial privilégio do poder de Deus.
Por esta razão, os Santos que se dedicaram à contemplação, procuraram, de propósito, a solidão apropriada para cultivá-la.
Os que também praticavam a vida ativa na salvação das almas, reservaram parte do tempo para se retirarem das ocupações exteriores. Nos demais dias, repartiam as horas, dando umas à contemplação e outras às tarefas ativas. Fazendo tudo do melhor modo, alcançaram o mérito e recompensa de ambas as vidas.
Ambas as vidas (ativa e contemplativa) têm um único fundamento e causa principal: conhecer, amar e servir a Deus e assim salvar nossas almas.
O resto é vaidade e aflição de espírito (Ecl. 2,11).

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