Um túmulo localizado em Jerusalém vem sendo estudado por cientistas há três décadas.
Ele apresenta indícios que confirmam a fé na Ressurreição de Nosso
Senhor Jesus Cristo professada já no primeiro século de nossa era, quiçá
antes mesmo da redação dos Evangelhos. Os indícios remontariam a antes
mesmo da destruição da cidade pelas legiões romanas e a dispersão dos
judeus.
Assim o afirmou o grupo de arqueólogos e especialistas em assuntos
religiosos que no fim de fevereiro deste ano apresentou em Nova York as
conclusões da exaustiva pesquisa.
“Até agora me parecia impossível que tivessem aparecido túmulos desse
tempo com provas confiáveis da ressurreição de Jesus ou com imagens do
profeta Jonas, mas essas evidências são claras”, afirmou à Agência Efe o
professor James Tabor, diretor do Departamento de Estudos Religiosos da
Universidade da Carolina do Norte e um dos responsáveis pela pesquisa.
Os judeus não usavam imagens antropomórficas ou de animais em sua
arte religiosa, pois tal lhes fora proibido por Deus devido à tendência
deles a imitar os povos vizinhos e cair na idolatria.
Portanto as imagens só podem ter sido feitas por cristãos e para túmulos de judeus cristãos conhecedores dos fatos bíblicos.
O referido túmulo foi descoberto em 1981, durante a construção de um
prédio no bairro de Talpiot, situado a menos de quatro quilômetros da
Cidade Antiga de Jerusalém.
Ao lado de Rami Arav, professor de Arqueologia da Universidade de
Nebraska, e do cineasta canadense de origem judaica Simcha Jacobovici,
Tabor conseguiu uma permissão da Autoridade de Antiguidades de Israel
para escavar o local entre 2009 e 2010.
Em um dos ossuários encontrados – que os especialistas situam em
torno do ano 60 d.C. – pode-se ver a imagem de um grande peixe com uma
figura humana na boca. Segundo os pesquisadores, representaria um fato
bíblico da vida do profeta Jonas.
O episódio em que uma baleia engoliu o profeta Jonas após um
naufrágio e o depositou numa praia foi empregado por nosso Senhor Jesus
Cristo como prefigura de sua Morte e Ressurreição.
São Mateus: Nosso Senhor profetiza sua Morte e Ressurreição. Imagem do profeta Jonas38. Então alguns escribas e fariseus tomaram a palavra: Mestre, quiséramos ver-te fazer um milagre.
39. Respondeu-lhes Jesus: Esta geração adúltera e perversa pede um sinal, mas não lhe será dado outro sinal do que aquele do profeta Jonas:
40. do mesmo modo que Jonas esteve três dias e três noites no ventre do peixe, assim o Filho do Homem ficará três dias e três noites no seio da terra.
41. No dia do juízo, os ninivitas se levantarão com esta raça e a condenarão, porque fizeram penitência à voz de Jonas. Ora, aqui está quem é mais do que Jonas. (Mateus 12, 38-40)
Realizada com uma equipe de câmeras de alta tecnologia, a pesquisa
também descobriu uma inscrição grega que faz referência à Ressurreição
de Jesus, detalhou à Agência Efe o professor Tabor.
O especialista acrescentou que essa prova pode ter sido realizada “por alguns dos primeiros seguidores de Jesus”.
“Nossa equipe aproximou-se do túmulo com certa incredulidade, mas os
indícios que encontramos são tão evidentes que nos obrigaram a revisar
todas as nossas presunções anteriores”, acrescentou.
A tumba fica a 20 metros de profundidade, mas religiosos ortodoxos
judaicos não permitiam a escavação, fato pelo qual as autoridades
políticas selaram a tumba.
Tabor e Rami Arav conseguiram um braço robótico equipado com uma
câmera para fotografar o subterrâneo através de um respiradouro do
mesmo.
Se as inscrições nos ossuários forem de fato cristãs, como acreditam
os pesquisadores, essas gravuras constituem o mais antigo registro
arqueológico do cristianismo já encontrado.
Segundo Tabor, elas foram feitas provavelmente por cristãos de
Jerusalém poucas décadas após a Ressurreição e poderiam ser mais antigas
que os próprios Evangelhos.
Lê-se num dos ossuários em grego antigo: “Divino Jeová, levanta-me, levanta-me”, ou “Divino Jeová, levanta-me até o Lugar Sagrado”, orações que professam a fé católica na ressurreição, no fim dos tempos.
“Essa inscrição tem algo a ver com a ressurreição dos mortos ou é uma expressão da fé na Ressurreição de Jesus”, disse Tabor.
“Uma declaração sobre a ressurreição em uma tumba judaica desse período seria impossível”, acrescentou.
“Nossa equipe estava descrente, mas com essa evidência saltando aos nossos olhos tivemos que rever nossas premissas anteriores”.
Nos primeiros túmulos cristãos das catacumbas romanas, a figura de
Jonas sendo devolvido pelo peixe é um dos motivos mais comuns para
significar a ressurreição.
Mas a imagem nunca havia sido encontrada sobre uma peça arqueológica
do século I. Mais inesperado ainda é que se trata de arte judaica em
Jerusalém, onde a religião hebraica proibia a reprodução de imagens de
pessoas ou animais.
Como é de praxe, em torno dessas descobertas recentes já existe uma
certa polêmica, a qual poderá ajudar a esclarecer definitivamente o
valor das mesmas. A desqualificação a priori esvazia qualquer crítica
verdadeiramente científica.
Tabor acaba de publicar o livro The Jesus Discovery, o qual contém todas as conclusões de sua pesquisa. O relatório com as fotos de seu trabalho pode ser descarregado na íntegra AQUI: “A Preliminary Report of a Robotic Camera, James D Tabor”.
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