As quinze velas são acesas no início da cerimônia |
O ofício de trevas (matutina tenebrarum) é o ofício das matinas e
laudes dos três últimos dias da semana santa (quarta, quinta e
sexta-feira).
O ofício é cantado ao cair da noite |
O nome deriva-se de três situações de trevas:
1 - As trevas naturais de meia-noite ao anoitecer, ou seja, as horas
destinadas à recitação do ofício, lembrando as palavras de Cristo preso
nas trevas da noite: "Haec est hora vestra et potestas tenebrarum" (Esta
é a vossa hora e do poder das trevas.) (Lc 22, 53).
2 - As trevas litúrgicas, quando durante as cerimonias da paixão apagam-se todas as luzes na igreja, exceto uma.
3 - As trevas simbólicas da paixão.
Quinze velas
Canta-se este ofício ao cair da noite. Por este motivo o auxílio das luzes de velas torna-se indispensável.
No coro é colocado um candelabro de quinze velas. Uma delas é de cor
branca e todas as outras são feitas de cera amarela e comum, como sinal
de luto e pesar.
As velas são apagadas ao final de cada Salmo |
No final de cada um dos Salmos que vão sendo cantados, o cerimoniário
apaga uma das velas. Ao mesmo tempo, as luzes da igreja vão sendo
apagadas também. As velas vão sendo apagadas sucessivamente, até restar
apenas uma, a branca. Esta vela não será apagada. Continuará acesa e
será levada para atrás do altar.
Ao término do ofício, o oficiante e os que o seguem, fecham o livro com estrépito.
Explicação
As velas que vão se apagando representam os discípulos, que pouco a
pouco abandonaram Nosso Senhor Jesus Cristo durante a Paixão.
A vela branca escondida atrás do altar e, mais tarde, outra vez
visível, significa Nosso Senhor que, por breve tempo, se retira do meio
dos homens e baixa ao túmulo, para reaparecer, pouco depois, fulgurante
de luz e de glória.
Dom Antonio Carlos Rossi Keller, Bispo de Frederico Westphalen recolhe a última vela. |
No fim, apagam-se as luzes para simbolizar o luto da Igreja e a escuridão que baixou sobre a terra quando Nosso Senhor morreu.
O ruído no fim do ofício de trevas significa o terremoto e a
perturbação dos inimigos e recordam a desordem que sucedeu na natureza,
com a morte de Nosso Senhor.
A razão histórica do rito de apagar pouco a pouco as velas do
tenebrário provavelmente é uma lembrança. Semelhantemente se apagava uma
vela depois de cada salmo, para constar quantos foram recitados. Este
rito remonta, portanto, ao tempo em que ainda não havia ofícios
metodicamente organizados ou quando havia, conforme a estação do ano,
mudança no número de salmos.
Por Emílio Portugal Coutinho
(Fotos: Diocese de Frederico Westphalen)
Por Emílio Portugal Coutinho
(Fotos: Diocese de Frederico Westphalen)
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