“Poupai vossas lágrimas pelos defuntos e dai-lhes mais orações”. (São José Crisóstomo)
Algumas pessoas dizem, erroneamente, que não adianta orar pelos
mortos, pois a oração deve ser somente por aqueles que estão em vida.
Para entender melhor a questão convém fazermos um resumo do que acontece
com os que morrem.
Os que morrem na graça de Deus e não têm nenhuma falta a satisfazer salvam-se e vão diretamente ao Céu.
Os que durante esta vida rejeitam a Deus como Criador e a Jesus
Cristo como Salvador, bem como os que morrem em pecado mortal,
condenam-se e vão para o inferno.
Aqueles que morrem em pecado venial ou que não satisfizeram
inteiramente por seus pecados, também se salvam, mas passando antes pelo
Purgatório para aí satisfazerem por suas faltas e purificarem
plenamente suas almas para a visão beatífica.
O Purgatório é, pois,
temporário e não definitivo. É um lugar de sofrimentos onde as almas dos
justos acabam de expiar seus pecados antes de entrarem no Céu.
O suplício das almas que ali se acham não é a reprovação eterna. Expiam
e reparam na certeza de serem admitidas no Céu. Saem quando a
purificação é completa.
O Purgatório não deve durar sempre. Após o Juízo Final não existirá mais. Só haverá Céu e Inferno.
Vai para o Purgatório, qualquer pecador – perdoado embora – que não
tiver feito cabal penitência e a quem sobrar alguma dívida para com a
justiça de Deus, bem como toda alma justa imperfeita, isto é, a alma de
quem comete pecados veniais sem fazer reparação suficiente. Pecados
veniais como: pequenas negligências no cumprimento do dever, as mentiras
leves, os cuidados vaidosos ou com algo de sensual, as palavras pouco
caridosas, etc.
Nós, aqui na terra, podemos e devemos aliviar as almas do Purgatório,
antes de tudo como um dever de caridade fraterna, pois elas curtem
dores cruéis sem nada poder fazer a favor de si próprias.
Além disso é um dever de justiça, pois estas almas são aquelas de
nossos pais, benfeitores, ou amigos, que padecem, quem sabe se, direta
ou indiretamente, por causa de nós.
Ademais é um dever de interesse pessoal, porque quem auxilia as almas
do Purgatório ou quem as liberta dos tormentos, obtém, junto de Deus,
advogados e protetores que intercederão a seu favor.
Isto nos valerá também porque Deus empregará conosco a mesma misericórdia que tivermos mostrado para como os outros.
São muitos os meios que se pode utilizar para aliviar as almas do
Purgatório. Acima de tudo, o santo sacrifício da Missa, especialmente
por causa dos seus méritos infinitos. Em seguida, a oração – cuja
eficácia se verifica até na outra vida; as esmolas – que apagam os
pecados e cujo mérito podemos ceder em proveito das almas dos defuntos;
as indulgências – que, segundo permissões da Igreja, podem ser aplicadas
às almas do Purgatório.
Portanto, quanto às almas que padecem no Purgatório, quantas horas de
sofrimento poderemos poupar-lhes se lhes oferecermos o mérito
satisfatório das nossas orações, do nosso trabalho e das nossas dores,
as indulgências ligadas às Ladainhas, ao Anjo do Senhor, ao Terço (ou
Rosário), às jaculatórias…
Fonte: “Curso de Instrução Religiosa – Catecismo de Perseverança e de Educação de Pessoas do Mundo” – Mons. Cauly
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