Pergunta
fundamental, que deveria ser formulada constantemente por todos e cada
um, pois se trata de como alcançar o prêmio final, ou seja, a glória
eterna.
Deus quer que pratiquemos as virtudes, quer também que nos esforcemos
para isso. Mas vamos encontrar em nosso caminho a tríplice
concupiscência: o demônio, o mundo e a carne. Isto significa que teremos
que lutar contra as nossas paixões desordenadas como fruto do pecado
original. Quantos obstáculos!
Para vencer é preciso vigiar e rezar (Cf. Mt 26,41) como nos ensinou o
Senhor e estar continuamente com os olhos postos nas coisas celestiais:
“Levanto os olhos para vós, que habitais nos céus” (Sl 122,1). Viver
entre as coisas que passam, buscando as que não passam.
Indo Jesus a Jerusalém, em sua última visita a esta cidade, alguém
lhe perguntou: “Senhor, são poucos os que se salvam?” (Lc 13,23).
Portanto, são poucos que vão para o Céu? A resposta surgiu cheia de
sabedoria: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois vos digo
que muitos procurarão entrar e não conseguirão” (Lc 13,24). Comentando
este versículo de São Lucas, Mons. João Clá Dias – fundador dos Arautos
do Evangelho – observa: “É imperativo o conselho de Jesus: esforçai-vos,
indicando-nos o quanto não se deve deixar para ‘procurar’ entrar à
última hora. Mas, infelizmente, é assustador o número de pessoas que, ao
longo da vida, se despreocupam de saber o que lhes acontecerá após a
morte”[1].
A resposta de Jesus indica a salvação como uma “porta estreita” a ser
transposta. “Mas, qual é essa porta estreita? [...] Ela consiste [...]
na obrigação nossa de abater o orgulho, controlar nosso olhar,
pensamentos e desejos, guardar nosso coração das afeições desordenadas,
viver da fé e da esperança na prática da verdadeira caridade, etc.”[2].
Se vivêssemos no Antigo Testamento teríamos muito a temer diante da
resposta de Nosso Senhor, no entanto, temos hoje uma poderosa
intercessora junto a Jesus: Maria, sua bondosa Mãe.
Devemos “servir a Deus com ardor e entusiasmo, entrando ‘pela porta
estreita’ que bem poderá ser Maria Santíssima. Não é sem razão que a Ela
foi dado o título de Porta do Céu. Estreita porque exige de nós uma
confiança robusta em sua proteção maternal. Invoquemo-La em todas as
tentações e dificuldades, a fim de comprovarmos a irrefutável realidade
de quanto ‘jamais se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à
sua proteção maternal, implorado sua assistência, reclamado o seu
socorro fosse por Ela desamparado’. E, ao chegarmos ao Céu, rendamos
eternas graças aos méritos infinitos de Jesus e às poderosas súplicas de
Maria”[3].
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