“Tu, pois, filho, fortifica-te na graça que está em Jesus Cristo” (2 Tim 2,1). A graça é a participação na vida do Homem-Deus. Jesus é a força por essência. Nele reside, em toda a plenitude, a força do Pai, a onipotência da ação divina, e o seu Espírito é chamado Espírito de Força.
“Ó Jesus – exclama São Gregório de Nazianzo – somente em Vós reside toda a minha força”. “Fora de Cristo – dia por sua vez São Jerônimo – eu sou de todo impotente”.
O Doutor seráfico, no 4° livro do seu Compêndio de Teologia, enumera os cinco caracteres principais que em nós reveste a força de Jesus:
O primeiro é empreender coisas difíceis e enfrentar, resolutamente, os obstáculos: “animai-vos e sede fortes de coração” (Sl 30,25).
O segundo é o desprezo das coisas da terra: “Por seu amor quis perder tudo, avaliando-o como esterco, a fim de ganhar Cristo” (Fil 3,8).
O terceiro, a paciência nas tribulações: “O amor é forte como a morte” (Cant 8,6).
O quarto, a resistência às tentações: “O diabo anda em redor de vós como um leão furioso… resisti-lhe fortes na fé” (1Pe 5,8-9).
O quinto é o martírio interior, o testemunho, não do sangue, mas da própria vida, que se consome no desejo de pertencer a Jesus. Consiste em combater a concupiscência, dominar os vícios e trabalhar, com energia, na aquisição das virtudes: “Combati o bom combate” (2 Tim 4,7).
Enquanto o homem exterior confia nas suas forças naturais, o homem interior apenas vê nelas auxiliares úteis, embora insuficientes.
O conhecimento da sua fraqueza e a fé na onipotência de Deus dão-lhe, como a São Paulo, a medida exata das suas forças. À vista dos obstáculos que se reguem diante dele, exclama com humilde altivez: “quando sou fraco, então é que sou forte” (2 Cor 12,10)
Extraído do livro: “A Alma de todo o Apostolado” J B Chautard
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