À
luz da fé vêm os pais sua dignidade. Deus uniu-os. Cooperadores do
Altíssimo na obra da criação, devem ser na terra Seus representantes
perante os jovens filhos dos homens.
Sobre a cabeça lhes brilha a coroa que a mão de Deus lhes impôs,
como diz tão lindamente Leo Sternberg a respeito de sua saudosa mãe, na
poesia: Após a morte!
Quero ver minha mãe, uma vez ainda!- Então a morte vem descobrir-lhe o semblante…Mas como? Uma coroa cintilante.A fronte lhe cingia?E eu, cego, não a via?Uma coroa de ouro no cabelo tinha?- Não sabias então que era rainha?
Sim, na verdade! Os pais – Deus fê-los reis. Dotou-os de um direito
divino e por uma lei própria lhes protege a autoridade: “Honrarás pai e
mãe!”.
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À luz da fé o matrimônio se reveste de dignidade e santidade. Ela
garante a fidelidade dos esposos até a morte; com força sobrenatural
sustem a família e ergue-a do pó da terra e da esfera terrena ao
periélio divino. Eis o triunfo da família; a santa fé!
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Com a fé ela vence tudo, mesmo o mais penoso sofrimento e a mais dura provação.
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É
preciso renová-la. Há homens que esperam da fé despropósitos. Em sua
opinião devia ser uma espécie de polícia de segurança contra toda a
infelicidade, até contra suas próprias tolices e as misérias de que são
culpados!
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Uma religião, sem sexta-feira da Paixão! Se, entretanto, os atinge
uma infidelidade ou qualquer dor dessa espécie, o Senhor Deus é
simplesmente despachado e a fé como um lastro sem valor, atirado ao mar.
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Como poderia também haver um Deus bondoso, que permitisse contrariedades?
Sempre somente céu sereno, nuvens jamais! “Sonnenschein”
disse uma vez em suas “Notícias” que essa espécie de gente trata Nosso
Senhor como a Companhia Telefônica a seu assinantes: Se não pagam, a
ligação é cortada. E quando se quer chamar, dizem: “A linha está
interrompida”.
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Assim é de fato. Um triste papel reservam para Deus. Fazem-nO de
criado, que só se pode reger pelos desejos e vistas curtas do patrão,
exatamente como aquele general romano, que atirava sumariamente seus
deuses no mar, quando não lhe faziam a vontade.
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Deus não é nosso servo obediente, que tenha de esperar e aguardar
pacientemente atrás da porta os nossos acenos, até que o mandemos
entrar: Temos de segui-lO, Ele jamais nos prometeu afastar de nós todo o
mal, nem mesmo do mais piedoso casal e da família mais temente a Deus.
Ao contrário: – as palavras de Cristo hão de permanecer sempre integralmente:
“Quem quiser ser meu discípulo, tome sua cruz e siga-me!”
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Primeiramente a sexta-feira da Paixão, depois então a Páscoa! À
frente de todos, que carregam a cruz, segue Ele próprio, o inocente
Filho de Deus e, com profunda mágoa, a Mãe Dolorosa. Mais de uma vez
tive de lembrá-lO a algum pobre mortal desanimado e alquebrado, sob o
peso da cruz, para revigorar-lhe o ânimo abatido.
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O cristianismo e a graça de Deus não afastam o sofrimento. Porque
também? – Acaso o sol dourado afasta da natureza as tempestades? Elas
têm de vir, para que a vida não morra. Assim fica o sofrimento. Por
causa do céu é necessário. Deve ser a escada, pela qual subamos, o fogo
que separa do ouro a escória.
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O matrimônio especialmente há de ser sempre, – como diz, na sua
linguagem original, o celebre Abraão de Santa Clara, – uma procissão, na
qual vão de certo os estandartes, mas a cruz vai à frente.
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Que mal faz? Para quem com fé firme e filial confiança se abandona ao Deus fiel e bondoso, todas as coisas se tornam um bem.
Tudo o que lhe sucede, mesmo de adverso, é, entretanto no magnífico tapete, que a mão de Deus tece, de fios claros e escuros.
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