O
segundo Domingo do período pascal é conhecido como o “Domingo da Divina
Misericórdia” em função do decreto emitido pelo beato Papa João Paulo
II na Páscoa de 2000: “Por todo o mundo, o segundo Domingo da Páscoa irá
receber o nome de Domingo da Divina Misericórdia, um convite perene
para os cristãos do mundo enfrentarem, com confiança na divina
benevolência, as dificuldades e desafios que a humanidade irá
experimentar nos anos que virão” (Congregação para o Culto Divino e a
Disciplina dos Sacramentos, Decreto de 23 de Maio de 2000).
Uma semana depois o Santo Padre canonizou, no Domingo da Divina
Misericórdia, a Santa Maria Faustina Kowalska que foi objeto de nosso
Senhor Jesus Cristo para transmitir aos homens Seu amor misericordioso.
Dizia nosso Redentor a Santa Faustina: “Causam-me prazer as almas que
recorrem à Minha misericórdia. A estas almas concedo graças que excedem
os seus pedidos. Não posso castigar, mesmo o maior dos pecadores, se ele
recorre à Minha compaixão, mas justifico-o na Minha insondável e
inescrutável misericórdia”[1].
A liturgia deste domingo trás a figura do “apóstolo incrédulo”, São
Tomé. Na primeira aparição de Jesus Ressuscitado aos apóstolos, São Tomé
não estava entre eles: “Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava
com eles quando veio Jesus” (Jo 20, 24). Assim que o encontraram os
apóstolos com alegria anunciaram-lhe a ressurreição do Mestre. No
entanto a atitude de São Tomé foi de obstinação e presunção[2]: “Se não vir nas suas mãos a abertura dos cravos, se não meter a minha mão no seu lado, não acreditarei” (Jo 20, 25).
Não podia São Tomé imaginar que estava dando a oportunidade ao Senhor
da Misericórdia de mostrar-lhe quanto o amava. Uma semana após a
primeira aparição, nosso Senhor age com Tomé com extrema bondade,
adiantando-se a ele, diz: “Mete aqui o teu dedo e vê as minhas mãos,
aproxima também a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo,
mas fiel” (Jo 20, 27).
Diante de tamanha misericórdia, resta ao “incrédulo” proclamar, como
um teólogo, a humanidade e a divindade de nosso Senhor: “Meu Senhor e
meu Deus” (Jo 20, 28).
Toda a humanidade é convidada a beneficiar-se desta fonte infinita e
inconcebível de misericórdia: “Que toda alma glorifique a Minha bondade.
Desejo a confiança das Minhas criaturas; exorta as almas a uma grande
confiança na Minha inconcebível misericórdia. Que a alma fraca,
pecadora, não tenha medo de se aproximar de Mim, pois, mesmo que os seus
pecados fossem mais numerosos que os grãos de areia da Terra, ainda
assim seriam submersos no abismo da minha misericórdia”[3].
Procuremos viver na confiança desta misericórdia e divulgar quanto
nos for possível esta devoção: “Desejo que os sacerdotes anunciem essa
Minha grande misericórdia para com as almas pecadoras. Que o pecador não
tenha medo de se aproximar de Mim. Queimam-me as chamas da
misericórdia; quero derramá-las sobre as almas".
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