De acordo com os escritos do século XII,
significavam ao mesmo tempo três realidades: os evangelistas, Nosso
Senhor Jesus Cristo e as virtudes católicas.
Os Evangelistas
São Mateus tem por atributo o homem,
pois começou seu Evangelho pela genealogia de Nosso Senhor segundo a
carne. O touro, animal do sacrifício, designa São Lucas, que inicia seu
Evangelho pelo sacrifício de Zacarias. O leão designa São Marcos, que já
nas suas primeiras linhas fala da voz que clama no deserto. A águia é a
figura de São João, porque desde o início, ele nos transporta ao seio
da divindade, semelhante à aguia, animal que ousa contemplar o sol face a
face.
Nosso Senhor Jesus Cristo
Os mesmos animais simbolizam Jesus
Cristo. O homem lembra a Encarnação do Verbo, pela qual Jesus Cristo Se
fez realmente carne. O touro faz pensar na Paixão, no sacrifício que o
Redentor ofereceu pela humanidade pecadora. O leão, símbolo da
Ressurreição ( no mundo antigo acreditava-se que o leão dormia de olhos
abertos), figura de Nosso Senhor na sepultura: parecia estar adormecido
na morte, mas sua Divindade velava. E a águia é a figura da Ascensão:
Jesus se elevou ao Céu como a águia sobe até as nuvens.
Resumindo, Nosso Senhor foi homem nascendo, touro morrendo, leão ressuscitando e águia subindo ao Céu.
As virtudes católicas
Os quatro animais têm ainda outro significado: exprimem as virtudes necessárias para nossa salvação.
Deve-se ser homem, porque o homem é
animal racional, e só quem caminha na via da razão merece o nome de
homem. Deve-se ser touro, porque o touro é a vítima imolada nos
sacrifícios, e o verdadeiro católico, renunciando a todas as volúpias
deste mundo, imola-se a si mesmo. Deve-se ser leão, pois este é o animal
corajoso por excelência, e do justo está escrito: " O justo será firme e
destemido como um leão". Deve-se, por fim, ser águia, ´pois ela voa nas
alturas e fita o sol sem baixar os olhos, exatamente como deve o
católico contemplar as coisas sublimes.
Dessa maneira, na idade média os homens
eram constantemente lembrados dessas verdades e como que participavam de
uma catequese quase que diária ao admirar e ler nas diversas esculturas
e pinturas das catedrais góticas as verdades eternas.
Que pena que o homem moderno veja tudo isso e nem saiba mais o seu significado!
Por Ir. Amanda de Fátima Fernandes Correia, EP
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