Igreja

Rádio GOTHMLP

quarta-feira, 27 de março de 2013

PAIXÃO

As relíquias da Paixão de Jesus
Cravos, lança, coroa de espinhos.... Onde se encontram essas preciosas lembranças da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo? Façamos, uma devota "peregrinação" à Cidade Eterna.
Todas as relíquias de Jesus Cristo, mesmo o mais simples objetos, impressionam e comovem a alma cristã, infundem profundo respeito e, ao mesmo tempo causam intensa Ecce Homo_.jpgatração. A sede de divino, inerente a todo homem, sente-se em algo atendida, ao contemplar uma delas.
Dessas inapreciáveis relíquias, o Santo Sudário de Turim é talvez a mais conhecida, em razão das reiteradas tentativas de negar sua autenticidade, todas, aliás frustradas por rigorosos testes científicos. Tudo isso foi noticiado pela grande imprensa, já de conhecimento público.
As provas científicas tem, é claro, seu valor. Mas o homem de coração reto, ao olhar para o Santo Sudário, encontra uma prova incalculavelmente mais valiosa de sua autenticidade. Qual pintor seria capaz de imaginar, de "criar" aquela fisionomia? Tanta grandeza e serenidade naquele rosto, tanto perdão e tanta censura naqueles olhos fechados, não é dado a homem algum inventar. Olha-se e crê-se! É a face de Jesus!

Escada Santa
Entretanto, muito menos conhecidas são as preciosas relíquias do Divino Mestre que um peregrino pode encontrar em Roma. Nesse sentido, é a Cidade Eterna um verdadeiroescrínio.
A pequena distância da magnífica Basílica de São João de Latrão, poderá o fiel devotamente subir de joelhos os degraus da Escada Santa, levada de Jerusalém para Roma,Escada Santa.jpg Trata-se da escada do Palácio de Pôncio Pilatos, pela qual subiu Jesus quando foiapresentado à turba ululante depois da Flagelação. - o "Ecce Homo". Inclusive, estão assinalados três pontos onde se vê a marca do divino sangue sobre o mármore branco dos degraus, agora revestidos de madeira.
Como não se comover imaginando o Homem-Deus, todo chagada, subindo por ela? Ao longo dos séculos, continuamente, gerações e gerações de enlevados fiéis tem subido de joelhos esses 28 degraus, pedindo perdão por seus próprios pecados, ou oferecendo um ato de reparação ao Divino Redentor.

Igreja da "Santa Cruz de Jerusalém"
Saindo da Scala Santa, pode o peregrino dirigir-se a uma igreja próxima, a da Santa Cruz de Jerusalém, mandada construir em Roma pela mãe do Imperador Constantino, Santa Helena, para abrigar as relíquias da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, trazidas por ela da Terra Santa.

Uma parte da Santa Cruz
Dirigiu-se Santa Helena à Terra Santa com o piedoso intuito de encontrar a Santa Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Foi informada de que provavelmente ela estaria no local doSanto Sepulcro, pois os romanos costumavam enterrar junto ao corpo do condenado os instrumentos utilizados no suplício.
Para impedir a devoção dos primeiros cristãos, o Santo Sepulcro fora coberto deentulho, sendo construído ao lado um templo para Vênus, e uma estátua para Júpiter!
Por ordem de Santa Helena, esse templo foi destruído e a estátua feita em pedaços.Em seguida, iniciaram-se as escavações. No dia 3 de maio de 326, foram encontradas no local três cruzes. Tudo indicava serem a de Nosso Redentor e as dos dois Igreja da Santa Cruz de Jerusalém.jpgladrões. Como, porém, saber qual a de Jesus?
Nessa perplexidade, ocorreu uma solução ao Bispo Macário: mandou tocar uma delas numa mulher muito doente, certo de que a Providência se manifestaria para revelar qual a verdadeira Santa Cruz. Ao contato com a primeira e a segunda, nada ocorreu. Quando, porém, lhe foi tocada a terceira, a mulher imediatamente recobrou por completo a saúde. Não havia mais dúvida.
Jubilosa, a Imperatriz fez erigir no local a grandiosa Basílica da Santa Cruz, também chamada Igreja do Santo Sepulcro ou da Ressurreição, onde ficou guardada a principal parte da Cruz.
Outra parte foi enviada para Constantinopla, onde Constantino a recebeu com grande devoção. Tomado de respeito por essa relíquia, o monarca proibiu desde então o suplício da crucifixão em todo o Império Romano.
A mãe do Imperador levou para Roma o restante. Um importante fragmento é venerado até hoje na mencionada "Igreja da Santa Cruz de Jerusalém", outro na Basílica de São Pedro.

Um Cravo
Foram encontrados no mesmo local os cravos usados para pregar na Cruz o Divino Redentor. O Imperador Constantino incrustou um desses cravos em rico diadema de pérolas, usado por ele em ocasiões solenes. Em 550, os outros foram levados para Roma, pelo futuro Papa São Gregório Magno. Um deles é venerado no escrínio da "Igreja da Santa Cruz de Jerusalém".

A tabuleta INRJ
Nesse mesmo escrínio o peregrino poderá contemplar também a tabuleta com a inscrição "Jesus Nazareno Rei dos Judeus" - em hebraico, grego e latim - mandada fixar por Pilatos na Cruz do Salvador. 

As relíquias da Paixão de Jesus.jpg
Acima: Igreja da Santa Cruz de Jerusalém. Nela, em valiosíssimo
relicário, conservam-se (da esquerda para a direita) um fragmento
da coluna da flagelação, um dos cravos, o dedo de São Tomé,
uma parte da Santa Cruz, um espinho da coroa e a tabuleta INRJ
Um Espinho da Coroa
Ao contrário do que se julga, comumente, a Coroa de Espinhos de Nosso Senhor não tinha a forma de um diadema, mas a de um barrete, com 21 cm de diâmetro, cobrindo-Lhe toda a cabeça. É feita de ramos de longos espinhos trançados. Depois de colocá-la na adorável fronte de Jesus, os algozes golpearam-na de modo a provocar grandes ferimentos, como pode ser atestado pelas manchas de sangue no Santo Sudário.
A Coroa permaneceu na Basílica do Monte Sião, em Jerusalém, até 1053, quando foi levada para Constantinopla. Em 1238, o Imperador Balduíno II entregou-a - juntamente com a ponta da lança de Longinus - como penhor de empréstimo contraído com bancos de Veneza. De comum acordo com esse Imperador, São Luís IX, Rei de França, resgatou a referida dívida e recebeuu em seu país as duas preciosas relíquias, com todas as demonstrações de veneração. O próprio rei, a rainha-mãe, inúmeros prelados e príncipes foram encontrá-los perto da cidade de Sens. São Luís e seu irmão, Roberto d'Artois, descalços, as levaram até a Catedral de Santo Estevão, nessa cidade.
Desejoso de acolher em lugar digno tão inestimáveis relíquias, o Rei santo fez construir em Paris uma verdadeira jóia da arquitetura gótica: a Sainte Chapelle (Capela Santa), uma maravilhosa igreja de vitrais, que extasia todos quantos tem a ventura de conhecê-la.
Atualmente, a Coroa de Espinhos está nos Tesouros da Catedral de Notre Dame de Paris. Em Roma encontra-se apenas um desses espinhos.

O dedo de São Tomé
Curiosamente, entre essas relíquias, no mesmo escrínio, está também o ... dedo de São Tomé, o Apóstolo incrédulo, que tocou a chaga do lado do Divino Redentor, após a Ressurreição.

A Coluna da Flagelação
 Do portal de Santa Maria Maior, já se avista a Igreja de Santa Praxedes. Singela na aparência, o que conterá ela?
Por um corredor se chega a uma pequena capela, Aí, em uma coluna bem iluminada, está exposta a Coluna da Flagelação. É impressionante1 Sua simplicidade é eloqüente. Sem Coluna da Flagelação_.jpgornato algum, comove profundamente. Tem apenas 50 cm de altura, 32 cm de largura na base e 20 cm no topo, onde há uma argola de ferro na qual eram atados os supliciados. É feita de mármore branco com grossos grãos pretos.
No Santo Sudário de Turim, contam-se as marcas de mais de cem golpes de flagelo recebidos por Nosso Senhor. A Coluna da Flagelação foi levada para Roma em 1213, no tempo do Papa Inocêncio III.

A haste da Santa Lança
Descoberta no Santo Sepulcro, a Lança com a qual o centurião Longinus perfurou o lado do Senhor dói levada de Jerusalém para Antioquia. Na iminência da invasão moura, mãos piedosas a enterraram atrás do altar da Igreja de São Pedro. Durante a Primeira Cruzada, em 1907, os cristãos encontravam-se sitiados nessa cidade, em perigosa situação. Então, um mone que teve revelação sobrenatural, indicou o,local onde ela estava enterrada. Sua descoberta despertou o entusiasmo e deu novas energias aos cruzados, que derrotaram em seguida os sarracenos.
Já vimos, acima, como a ponta da Sagrada Lança foi levada para Paris e depositada, junto com a Coroa de Espinhos, na Sainte Chapelle. Durante a Revolução Francesa, infelizmente essa preciosa relíquia desapareceu. A haste permaneceu em Constantinopla, mesmo depois da tomada da cidade pelos turcos. E em 1492, o sultão Bajazet enviou-a ao Papa Inocêncio VIII, esclarecendo que a ponta se encontrava em poder do rei da França.
Atualmente essa haste é venerada na Basílica de São Pedro, ao lado de uma estátua de São Longinus, o centurião mártir.

A benfazeja proximidade do sobrenatural
A impressão da proximidade do sobrenatural, do amor de um Deus que se encarnou e sofreu o inimaginável para nos salvar, pervade e perfuma a alma do fiel que, contrito, contempla uma a uma as relíquias de nosso Divino Redentor.
Terminada essa "peregrinação" pelas relíquias de Jesus, nos resta na alma uma valiosa conclusão. Por vezes, assalta-nos a sensação de que Deus está distante, pouco acessível a nossos pedidos ou orações. Nada de mais falso e pernicioso para a vida espiritual! Deus está próximo de nós e ouve as nossas súplicas como se fossem as de um filho único, extremamente amado. (Revista Arautos do Evangelho, Março/2004, n. 27, p. 34 à 37)

EVANGELHO DO DIA



 Santo do dia: Beata Panacea de Muzzi, virgem e mártir
Cor litúrgica: Roxo
Primeira leitura: Isaías 50, 4-9
Leitura do livro do profeta Isaías:
4O Senhor Deus deu-me língua adestrada, para que eu saiba dizer palavras de conforto à pessoa abatida; ele me desperta cada manhã e me excita o ouvido, para prestar atenção como um discípulo. 5O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti nem voltei atrás. 6Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba: não desviei o rosto de bofetões e cusparadas. 7Mas o Senhor Deus é o meu Auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado. 8A meu lado está quem me justifica; alguém me fará objeções? Vejamos. Quem é meu adversário? Aproxime-se. 9aSim, o Senhor Deus é meu Auxiliador; quem é que me vai condenar?
- Palavra do Senhor
- Graças a Deus

Salmo 69
- Por vossa causa é que sofri tantos insultos, e o meu rosto se cobriu de confusão; eu me tornei como um estranho a meus irmãos, como estrangeiro para os filhos de minha mãe. Pois meu zelo e meu amor por vossa casa me devoram com fogo abrasador: e os insultos de infiéis que vos ultrajam recaíram todos eles sobre mim!
R: Respondei-me pelo vosso imenso amor, neste tempo favorável, Senhor Deus.

- O insulto me partiu o coração; Eu esperei que alguém, de mim tivesse pena; procurei quem me aliviasse e não achei! Deram-me fel como se fosse um alimento, em minha sede ofereceram-me vinagre!
R: Respondei-me pelo vosso imenso amor, neste tempo favorável, Senhor Deus.

- Cantando eu louvarei o vosso nome e agradecido exultarei de alegria! Humildes, vede isto e alegrai-vos: o vosso coração reviverá, se procurardes o Senhor continuamente! Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres, e não despreza o clamor de seus cativos.
R: Respondei-me pelo vosso imenso amor, neste tempo favorável, Senhor Deus.
 
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 26, 14-25
- Salve Cristo, luz da vida, companheiro na partilha!
- Salve, nosso rei, somente vós tendes compaixão dos nossos erros.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus:
Naquele tempo, 14um dos doze discípulos, chamado Judas Isca­riotes, foi ter com os sumos sacerdotes 15e disse: "Que me dareis se vos entregar Jesus?" Combinaram, então, trinta moedas de prata. 16E daí em diante, Judas procurava uma oportunidade para entregar Jesus. 17No primeiro dia da festa dos Ázimos, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: "Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?" 18Jesus respondeu: "Ide à cidade, procurai certo homem e dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo, vou celebrar a Páscoa em tua casa, junto com meus discípulos'". 19Os discípulos fizeram como Jesus mandou e prepararam a Páscoa. 20Ao cair da tarde, Jesus pôs-se à mesa com os doze discípulos. 21Enquanto comiam, Jesus disse: "Em verdade eu vos digo, um de vós vai me trair".22Eles ficaram muito tristes e, um por um, começaram a lhe perguntar: "Senhor, será que sou eu?" 23Jesus respondeu: "Quem vai me trair é aquele que comigo põe a mão no prato. 24O Filho do Homem vai morrer, conforme diz a Escritura a respeito dele. Contudo, ai daquele que trair o Filho do Homem! Seria melhor que nunca tivesse nascido!" 25Então Judas, o traidor, perguntou: "Mestre, serei eu?" Jesus lhe respondeu: "Tu o dizes".
- Palavra da salvação
- Glória a Vós, Senhor

terça-feira, 26 de março de 2013

Virgem das Lágrimas

Nossa Senhora das Dores - Paróquia de São Lourenço Mártir - Sevilha - Espanha.jpg
Virgem das Lágrimas, olhai com maternal bondade a dor
do mundo. Enxugai as lágrimas dos sofredores, dos
esquecidos, dos desesperados, das vítimas de qualquer
violência. Obtende para todos lágrimas de contrição
e de vida  nova, que abram os corações ao dom
regenerador  do amor de Deus. Obtende para
todos lágrimas de alegria, depois de verem
a profunda ternura do vosso Coração.

(Beato João  Paulo II, Homilia de 6/11/1994)
Revista Arautos do Evangelho, Março/2013, n. 135

Primeiro Domingo de Ramos do Papa Francisco

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 25-03-2013, Gaudium Press) Com a Praça de São Pedro tomada por fiéis dos cinco continentes, inicia-se a procissão de Ramos, nesse domingo, 24 de março. Era o primeiro Domingo de Ramos que o Papa Francisco estava presente como Sumo Pontífice.
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Fotos: Gustavo Kralj - Gaudium Press
Os jovens que participam da procissão Papal eram em sua maioria da diocese de Roma. Duzentos dentre eles, no entanto, eram provenientes de diversas partes do mundo. No cortejo processional, depois dos jovens seguem os Bispos, Cardeais, prelados e presbíteros, os Diáconos que ajudarão no oficio litúrgico, o Cardeal Agostino Vallini, o Cardeal Stanislaw Rylko, Dom Josef Clemens e Dom Filippo Iannone, os Cardeais Diáconos Angelo Amato y Mauro Piacenza, e, finalmente o Papa, no Papamóvel. .
No início da cerimônia o Papa benzeu os ramos e aspergiu água benta nos mais próximos.
Após a leitura do Evangelho de São Lucas (capítulo 19), do canto do Salmo 23 e o canto do Hino de Cristo Rei, inicia-se a celebração eucarística propriamente dita com a leitura da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A Praça toda estava envolvida pela atmosfera da Semana Santa, recolhida, esperançosa, sentida.
A Homilía: três palavras, alegria, cruz, jovens
Jesus entra em Jerusalém. A multidão dos discípulos acompanha-O em festa, os mantos são estendidos diante d'Ele, fala-se dos prodígios que realizou, ergue-se um grito de louvor: «Bendito seja o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!» (Lc 19, 38). Estas foram as primeiras palavras da homilia que o Papa quis que se desenvolvesse em torno de três palavras: alegria, cruz e jovens.
Alegria
Alegria! Nunca sejais homens, mulheres tristes: um cristão não o pode ser jamais! Nunca vos deixeis invadir pelo desânimo! A nossa alegria não nasce do facto de possuirmos muitas coisas, mas de termos encontrado uma Pessoa: Jesus, de sabermos que, com Ele, nunca estamos sozinhos, mesmo nos momentos difíceis, mesmo quando o caminho da vida é confrontado com problemas e obstáculos que parecem insuperáveis... e há tantos! Nós acompanhamos, seguimos Jesus, mas sobretudo sabemos que Ele nos acompanha e nos carrega aos seus ombros: aqui está a nossa alegria, a esperança que devemos levar a este nosso mundo. Levemos a todos a alegria da fé!
Cruz
O segundo termo posto em foco pelo Papa foi a Cruz. Na alegria própria do Domingo de Ramos já se vislumbra a cruz, porém uma cruz que não abate, mas que sua consideração nutre a esperança de ter fortaleza para vencer o mal:
E aqui temos a segunda palavra: Cruz. Jesus entra em Jerusalém para morrer na Cruz. E é precisamente aqui que refulge o seu ser Rei segundo Deus: o seu trono real é o madeiro da Cruz! Recordemos a eleição do rei David: Deus escolhe não o mais forte, o mais valoroso, mas o último, o mais novo, aquele que ninguém tinha considerado. O que conta não é a força terrena. Diante de Pilatos, Jesus diz: Eu sou Rei; mas a sua força é a força de Deus, que enfrenta o mal do mundo, o pecado que desfigura o rosto do homem. Jesus toma sobre Si o mal, a sujeira, o pecado do mundo, incluindo o nosso pecado, e lava-o; lava-o com o seu sangue, com a misericórdia, com o amor de Deus. Olhemos ao nosso redor... Tantas feridas infligidas pelo mal à humanidade: guerras, violências, conflitos económicos que atingem quem é mais fraco, avidez de dinheiro, de poder, corrupção, divisões, crimes contra a vida humana e contra a criação! E os nossos pecados pessoais: as faltas de amor e respeito para com Deus, com o próximo e com a criação inteira. Na cruz, Jesus sente todo o peso do mal e, com a força do amor de Deus, vence-o, derrota-o na sua ressurreição. Queridos amigos, todos nós podemos vencer o mal que existe em nós e no mundo: com Cristo, com o Bem! Sentimo-nos fracos, inaptos, incapazes? Mas Deus não procura meios poderosos: foi com a cruz que venceu o mal! Não devemos crer naquilo que o Maligno nos diz: não podes fazer nada contra a violência, a corrupção, a injustiça, contra os teus pecados! Não devemos jamais habituar-nos ao mal! Com Cristo, podemos transformar-nos a nós mesmos e ao mundo. Devemos levar a vitória da Cruz de Cristo a todos e por toda a parte; levar este amor grande de Deus. Isto requer de todos nós que não tenhamos medo de sair de nós mesmos, de ir ao encontro dos outros. Na Segunda Leitura, São Paulo diz-nos que Jesus Se despojou de Si próprio, assumindo a nossa condição, e veio ao nosso encontro (cf. Fil 2, 7). Aprendamos a olhar não só para o alto, para Deus, mas também para baixo, para os outros, para os últimos. E não devemos ter medo do sacrifício. Pensai numa mãe ou num pai: quantos sacrifícios! Mas porque os fazem? Por amor! E como os enfrentam? Com alegria, porque são feitos pelas pessoas que amam. Abraçada com amor, a cruz de Cristo não leva à tristeza, mas à alegria.
O jovem não deve envergonhar-se da Cruz
O Papa dedicou aos jovens palavras muito especiais. Foram elas cheias de entusiasmo e uma convocatória para uma missão:
Hoje, nesta Praça, há tantos jovens. Desde há 28 anos que o Domingo de Ramos é a Jornada da Juventude! E aqui aparece a terceira palavra: jovens! Queridos jovens, imagino-vos fazendo festa ao redor de Jesus, agitando os ramos de oliveira; imagino-vos gritando o seu nome e expressando a vossa alegria por estardes com Ele! Vós tendes um parte importante na festa da fé! Vós trazeis-nos a alegria da fé e dizeis-nos que devemos viver a fé com um coração jovem, sempre... mesmo aos setenta, oitenta anos! Com Cristo, o coração nunca envelhece. Entretanto todos sabemos - e bem o sabeis vós - que o Rei que seguimos e nos acompanha, é muito especial: é um Rei que ama até à cruz e nos ensina a servir, a amar. E vós não tendes vergonha da sua Cruz; antes, abraçai-la, porque compreendestes que é no dom de si mesmo que se alcança a verdadeira alegria e que Deus venceu o mal com o amor. Vós levais a Cruz peregrina por todos os continentes, pelas estradas do mundo. Levai-la, correspondendo ao convite de Jesus: «Ide e fazei discípulos entre as nações» (cf. Mt 28, 19), que é o tema da Jornada da Juventude deste ano. Levai-la para dizer a todos que, na cruz, Jesus abateu o muro da inimizade, que separa os homens e os povos, e trouxe a reconciliação e a paz.
JMJ- Rio 2013
O Santo Padre referiu-se a sua ida ao Brasil e convidou os jovens para a Jornada Mundial da Juventude.
Fotos: Gustavo Kralj - Gaudium Press
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Papa Francisco reza antes da Missa
"Queridos amigos, na esteira do Beato João Paulo II e de Bento XVI, também eu me ponho a caminho convosco. Já estamos perto da próxima etapa desta grande peregrinação da Cruz de Cristo. Olho com alegria para o próximo mês de Julho, no Rio de Janeiro. Vinde! Encontramo-nos naquela grande cidade do Brasil! Preparai-vos bem, sobretudo espiritualmente, nas vossas comunidades, para que o referido Encontro seja um sinal de fé para o mundo inteiro.
Vivamos a alegria de caminhar com Jesus, de estar com Ele, levando a sua Cruz, com amor, com um espírito sempre jovem!
Peçamos a intercessão da Virgem Maria. Que Ela nos ensine a alegria do encontro com Cristo, o amor com que O devemos contemplar ao pé da cruz, o entusiasmo do coração jovem com que O devemos seguir nesta Semana Santa e por toda a nossa vida. Amen.

Papa pede a Jesuítas que deem testemunho de vida a serviço da Igreja

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Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 25-03-2013, Gaudioum Press) - Papa Francisco que é o primeiro jesuíta a tornar-se Papa, enviou uma carta ao Superior Geral da Companhia de Jesus, Padre Nicolás. O Pontífice agradeceu as saudações a ele enviadas por ocasião de sua eleição ao Papado e agradeceu também "sua oração por minha pessoa e ministério apostólico, assim como sua plena disposição para seguir servindo incondicionalmente a Igreja e ao Vigário de Cristo, segundo os preceitos de Santo Inácio".pediu que a Companhia dê testemunho de uma vida a serviço da Igreja.
O Papa ainda expressou seu pedido a Deus de que "ilumine e acompanhe a todos os jesuítas", para que, "fiéis ao carisma recebido e seguindo os passos do Santos de nossa amada Ordem, possam ser com a ação pastoral, mas sobretudo, co o testemunho de uma vida inteiramente entregue ao serviço da Igreja, Esposa de Cristo, fermento evangélico no mundo, buscando infatigavelmente a gloria de Deus e o bem das almas".
"Com estes sentimentos" rogo a todos osjesuítas que rezem por mim." (JS)

A oração é a porta pela qual Deus envia os seus anjos para nos confortar, afirma o bispo de Frederico Westphalen.

Frederico Westphalen (Segunda-Feira, 25/03/2013, Gaudium Press) Dom Antônio Carlos Rossi Keller, bispo da diocese de Frederico Westphalen, no Estado do Rio Grande do Sul, refletiu em seu mais recente artigo sobre a serenidade de Jesus e atitude dos discípulos no momento da sua Paixão. Ele explica que, neste ano, a leitura da entrada em Jerusalém e da Paixão da celebração do Domingo de Ramos, que celebramos ontem, foi tirada do Evangelho de São Lucas.
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Segundo ele, Ramos e Paixão fazem parte de dois momentos da mesma realidade: Jesus é o messias sofredor de que fala a primeira leitura. Para o bispo, Jesus é o servo obediente até a morte de cruz, como escreveu São Paulo, e entra em Jerusalém não como um rei revestido de poder político-militar, mas como o rei messiânico, montado num jumentinho, como anunciara o profeta Zacarias. Vem em nome do Senhor, para salvar a humanidade.
"São Lucas narra que só a multidão dos discípulos aclamava alegremente a Jesus, por causa de 'todos os milagres que tinham visto'. Em contrapartida, os fariseus pedem: 'Mestre, repreende os teus discípulos!' É curioso como Jesus responde: 'Se eles se calarem, clamarão as pedras!' De fato, juntamente com os discípulos, também a criação vai dar testemunho. Jesus é Senhor de todo o universo e a sua Redenção beneficiará todas as criaturas. 'Ao nome de Jesus todos se ajoelhem no Céu, na terra e nos abismos'", destaca dom Antônio.
A afirmação de que Jesus Cristo é o Senhor, de acordo com o prelado, testemunha a divindade de Jesus, pois como é de condição divina, tem pleno conhecimento da sua missão salvífica. O bispo recorda que ele mesmo já havia anunciado de antemão a sua morte em Jerusalém: "Devo seguir o meu caminho, porque não se admite que um profeta morra fora de Jerusalém" (Luc 13, 33).
Com relação a leitura da Paixão, dom Antônio ressalta que ela começou com Jesus sentado à mesa, afirmando que desejava "ardentemente comer aquela Páscoa" com os seus discípulos, pois tinha chegado a sua hora e Jesus sabia que era a última refeição. Conforme o bispo, esta Última Ceia com os discípulos revela-nos uma profunda paz, porque Jesus vive interiormente a sua morte e oferece àqueles que ama o alimento do seu Corpo, que vai ser entregue e do seu Sangue que vai ser derramado.
"Jesus vive conscientemente a sua morte. Livremente oferece o seu corpo como alimento de vida eterna. Dá graças. Aponta-nos o sentido da sua morte: Oferece a sua vida pelos homens. Amou-nos até ao fim. Realiza o querer divino, cumpre a vontade de seu eterno Pai: 'Pai se é possível afasta de mim este cálice. Todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua'. Antes de expirar, reza cheio de confiança filial: 'Pai, em vossa mãos entrego o meu espírito'."
Dom Antônio analisa que a morte de Jesus foi serena, tão cheia de paz, numa íntima conversa com Deus Pai, perdoando aos que o matam, desculpando-os! Depois, continua o bispo, Jesus ainda oferece o Paraíso a todos, mesmo a um malfeitor, o que significa o triunfo completo do Amor divino! A morte de Jesus, segundo ele, é o início do reino de Deus. «Estou no meio de vós como quem serve. Preparo para vós um reino. Comereis e bebereis à minha mesa, no meu reino.» (Lucas 22, 27-30)
Por fim, o prelado afirma que a Eucaristia é o memorial da paixão e morte de Jesus, pois as nossas missas são o prolongamento do amor misericordioso do Coração de Jesus: "Fazei isto em memória de mim!". Durante a Paixão, enfatiza dom Antônio, São Lucas mostra-nos quatro vezes Jesus em oração e numa dessas vezes reza por São Pedro, a quem perdoa o seu futuro pecado. Para o bispo, isto quer dizer que também perdoou os nossos, pois a sua morte foi para nos salvar.
"É outro exemplo divino para nós. No meio dos sofrimentos da vida, temos sempre o recurso à oração donde brota toda a paz e toda força sobre-humana. A oração é a porta pela qual Deus envia os seus Anjos para nos confortar. A Eucaristia faz-nos viver todo este mistério pascal. É o mistério central da nossa fé: Anunciamos Senhor a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição, vinde, Senhor Jesus", conclui. (FB)

EVANGELHO DO DIA



Santo do dia: Beata Madalena Catarina Morano, virgem
Cor litúrgica: Roxo
Primeira leitura: Isaías 49, 1-6
Leitura do livro do Profeta Isaías:

1Nações marinhas, ouvi-me, povos distantes, prestai atenção: o Senhor chamou-me antes de eu nascer, desde o ventre de minha mãe ele tinha na mente o meu nome; 2fez de minha palavra uma espada afiada, protegeu-me à sombra de sua mão e fez de mim uma flecha aguçada, escondida em sua aljava, 3e disse-me: "Tu és o meu Servo, Israel, em quem serei glorificado". 4E eu disse: "Trabalhei em vão, gastei minhas forças sem fruto, inutilmente; entretanto o Senhor me fará justiça e o meu Deus dará recompensa". 5E agora me diz o Senhor - ele que me preparou desde o nascimento para ser seu servo - que eu recupere Jacó para ele e faça Israel unir-se a ele; aos olhos do Senhor esta é a minha glória. 6Disse ele: "Não basta seres meu Servo para restaurar as tribos de Jacó e reconduzir os remanescentes de Israel: eu te farei luz das nações, para que minha salvação chegue até aos confins da terra".
- Palavra do Senhor
- Graças a Deus

Salmo 71
- Eu procuro meu refúgio em vós, Senhor: que eu não seja envergonhado para sempre! Porque sois justo, defendei-me e libertai-me! Escutai a minha voz, vinde salvar-me!
R: Minha boca anunciará vossa justiça.

- Sede uma rocha protetora para mim, um abrigo bem seguro que me salve! Porque sois a minha força e meu amparo, o meu refúgio, proteção e segurança! Libertai-me, ó meu Deus, das mãos do ímpio.
R: Minha boca anunciará vossa justiça.

- Porque sois, ó Senhor Deus, minha esperança, em vós confio desde a minha juventude! Sois meu apoio desde antes que eu nascesse. Desde o seio maternal, o meu amparo.
R: Minha boca anunciará vossa justiça.

- Minha boca anunciará todos os dias vossa justiça e vossas graças incontáveis. Vós me ensinastes desde a minha juventude, e até hoje canto as vossas maravilhas.
R: Minha boca anunciará vossa justiça.

Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 13, 21-33.36-38
- Honra, glória, poder e louvor a Jesus, nosso Deis e Senhor!
- Salve, ó rei, obediente ao Pai; vós fostes levado para ser crucificado como um manso cordeiro é conduzido à matança
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João:
Naquele tempo, estando à mesa com seus discípulos, 21Jesus ficou profundamente comovido e testemunhou: "Em verdade, em verdade vos digo, um de vós me entregará". 22Desconcertados, os discípulos olhavam uns para os outros, pois não sabiam de quem Jesus estava falando. 23Um deles, a quem Jesus amava, estava recostado ao lado de Jesus.24Simão Pedro fez-lhe um sinal para que ele procurasse saber de quem Jesus estava falando. 25Então, o discípulo, reclinando-se sobre o peito de Jesus, perguntou-lhe: "Senhor, quem é?" 26Jesus respondeu: "É aquele a quem eu der o pedaço de pão passado no molho". Então Jesus molhou um pedaço de pão e deu-o a Judas, filho de Simão Isca­riotes. 27Depois do pedaço de pão, Satanás entrou em Judas. Então Jesus lhe disse: "O que tens a fazer, executa-o depressa". 28Nenhum dos presentes compreendeu por que Jesus lhe disse isso.29Como Judas guardava a bolsa, alguns pensavam que Jesus lhe queria dizer: ‘Compra o que precisamos para a festa', ou que desse alguma coisa aos pobres. 30Depois de receber o pedaço de pão, Judas saiu imediatamente. Era noite. 31Depois que Judas saiu, disse Jesus: "Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele. 32Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo. 33Filhinhos, por pouco tempo estou ainda convosco. Vós me pro­curareis, e agora vos digo, como eu disse também aos judeus: ‘Para onde eu vou, vós não podeis ir'". 36Simão Pedro perguntou: "Senhor, para onde vais?" Jesus respondeu-lhe: "Para onde eu vou, tu não me podes seguir agora, mas seguirás mais tarde". 37Pedro disse: "Senhor, por que não posso seguir-te agora? Eu darei a minha vida por ti!" 38Respondeu Jesus: "Darás a tua vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: o galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes".
- Palavra da salvação
- Glória a Vós, Senhor.

segunda-feira, 25 de março de 2013

EVANGELHO DO DIA


Santo do dia: Anunciação do Senhor (Solenidade transferida para o dia 8 de abril); São Dimas
Cor litúrgica: Roxo
Primeira leitura: Isaías 42, 1-7
Leitura do livro do Profeta Isaías:
1"Eis o meu servo - eu o recebo; eis o meu eleito - nele se compraz minh'alma; pus meu espírito sobre ele, ele promoverá o julgamento das nações. 2Ele não clama nem levanta a voz, nem se faz ouvir pelas ruas. 3Não quebra uma cana rachada nem apaga um pavio que ainda fumega; mas proverá o julgamento para obter a verdade. 4Não esmorecerá nem se deixará abater, enquanto não estabelecer a justiça na terra; os países distantes esperam seus ensinamentos". 5Isto diz o Senhor Deus, que criou o céu e o estendeu, firmou a terra e tudo que dela germina, que dá a respiração aos seus habitantes e o sopro da vida ao que nela se move: 6"Eu, o Senhor, te chamei para a justiça e te tomei pela mão; eu te formei e te constituí como o centro de aliança do povo, luz das nações, 7para abrires os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas.
- Palavra do Senhor
- Graças a Deus

Salmo 27
O Senhor é minha luz e salvação; de quem eu terei medo? O Senhor é a proteção da minha vida; perante quem eu temerei?
R: O Senhor é minha luz e salvação.

- Quando avançam os malvados contra mim, querendo devorar-me, são eles, inimigos e opressores, que tropeçam e sucumbem.
R: O Senhor é minha luz e salvação.

- Se contra mim um exército se armar, não temerá meu coração; se contra mim uma batalha estourar, mesmo assim confiarei.
R: O Senhor é minha luz e salvação.

- Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver na terra dos videntes. Espera no Senhor e tem coragem, espera no Senhor!
R: O Senhor é minha luz e salvação.

Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 12, 1-11
- Honra, glória, poder e louvor a Jesus, nosso Deus e Senhor!
- Salve, nosso rei, somente vós tendes compaixão dos nossos erros
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João:
1Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde morava Lázaro, que ele havia ressuscitado dos mortos. 2Ali ofereceram a Jesus um jantar; Marta servia e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele.3Maria, tomando quase meio litro de perfume de nardo puro e muito caro, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos. A casa inteira ficou cheia do perfume do bálsamo. 4Então, falou Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de entregar: 5"Por que não se vendeu este perfume por trezentas moedas de prata, para dá-las aos pobres?" 6Judas falou assim, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão; ele tomava conta da bolsa comum e roubava o que se depositava nela. 7Jesus, porém, disse: "Deixa-a; ela fez isto em vista do dia da minha sepultura. 8Pobres, sempre os tereis convosco, enquanto a mim, nem sempre me tereis". 9Muitos judeus, tendo sabido que Jesus estava em Betânia, foram para lá, não só por causa de Jesus, mas também para verem Lázaro, que Jesus ressuscitara dos mortos. 10Então, os sumos sacerdotes decidiram matar também Lázaro, 11porque por causa dele, muitos deixavam os judeus e acreditavam em Jesus.
- Palavra da salvação
- Glória a Vós, Senhor
 
Comentário ao Evangelho do dia feito por Beato João Paulo II
(1920-2005), Papa
Exortação apostólica «Vita Consecrata», §§ 104-105
(trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev.)

«Uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço»
Diversos são aqueles que hoje se interrogam perplexos: Porquê a vida consagrada? Porquê abraçar este gênero de vida, quando existem tantas urgências [...] às quais se pode responder igualmente sem assumir os compromissos peculiares da vida consagrada? A vida consagrada não será uma espécie de desperdício de energias humanas que podiam ser utilizadas, segundo critérios de eficiência, para um bem maior da humanidade e da Igreja? [...] Sempre existiram interrogações semelhantes, como demonstra eloquentemente o episódio evangélico da unção de Betânia: «Maria, tomando uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com os cabelos; e a casa encheu-se com o cheiro do perfume» (Jo 12,3). A Judas que, tomando como pretexto as necessidades dos pobres, se lamentava por tão grande desperdício, Jesus respondeu: «Deixa-a fazer!» (Jo 12,7).
Esta é a resposta, sempre válida, à pergunta que tantos, mesmo de boa fé, colocam acerca da atualidade da vida consagrada: [...] «Deixa-a fazer!»

Para aqueles a quem foi concedido o dom de seguir mais de perto o Senhor Jesus, é óbvio que Ele pode e deve ser amado com coração indiviso, que se Lhe pode dedicar a vida toda e não apenas alguns gestos, alguns momentos ou algumas atividades. O perfume de alto preço, derramado como puro ato de amor e, por conseguinte, fora de qualquer consideração utilitária, é sinal de uma superabundância de gratuidade, como a que transparece numa vida gasta a amar e a servir o Senhor, a dedicar-se à Sua Pessoa e ao Seu Corpo Místico. Mas é desta vida derramada sem reservas que se difunde um perfume que enche toda a casa. A casa de Deus, a Igreja, é adornada e enriquecida hoje, não menos que outrora, pela presença da vida consagrada. [...] A vida consagrada é importante precisamente por ser superabundância de gratuidade e de amor, o que se torna ainda mais verdadeiro num mundo que se arrisca a ficar sufocado na vertigem do efémero.

Vaticano apresenta primeira foto oficial do Papa Francisco


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Cidade do Vaticano - (Sexta-feira, 22-03-2013, Gaudium Press) O Vaticano divulgou a foto oficial do Papa Francisco, assinada pelo novo Pontífice.

A foto traz um Papa sorridente, com a habitual indumentária branca e a cruz peitoral. Logo abaixo da figura do Papa, um manuscrito pode ser lido:

"Franciscus" e, em baixo, "13 marzo 2013".
Esta deve ser a foto que correrá o mundo mostrando oficialmente a todos os fiéis a figura do Papa. (JS)

sexta-feira, 22 de março de 2013

DOMINGO DE RAMOS

Domingo de Ramos, com hosanas, saudações e louvores, prefigura a vitória de
Cristo sobre a  morte e o pecado. É o portal de entrada para a Paixão
de Cristo: a Semana Santa  inicia-se com ele. Que lições ele nos traz?
Que frutos e graças dele podemos tirar?
O Domingo de Ramos é a comemoração litúrgica que recorda a entrada de Jesus na cidade de Jerusalém onde Ele iria celebrar a Páscoa judaica com seus discípulos.
Ele é o portal de entrada da Semana Santa. É no Domingo de Ramos que se inicia a Semana da Paixão. É o dia em que a Igreja lembra Nosso Senhor entra em Jerusalem_.jpga história e a cronologia desses acontecimentos para dele tirarmos uma lição.
Um Rei entra na cidade montando um jumento
Já desde a entrada da cidade, os filhos dos hebreus portavam ramos de oliveiras e alegres acenavam com eles, estendiam mantos no chão para Jesus passar sobre eles. Jesus entrou na cidade como Rei!
Até parece que era um desejo d'Ele que fosse assim, pois, a cena em que tudo transcorre reproduz a profecia de Zacarias: o rei dos judeus virá. Exulta de alegria, filha de Sião, solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei, justo e vitorioso; ele é simples e vem montado num jumento, no potro de uma jumenta.(Zc 9,9)
Embora Jesus montasse um simples jumento, o cortejo caminhava, alegre e digno. Na expectativa de estar ali o Messias prometido, Jerusalém transformou-se, era uma cidade em clima de festa.
E Ele era aplaudido, aclamado pelo povo: "Hosana ao Filho de Davi: bendito seja o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel; hosana nas alturas". Isto aconteceu alguns dias antes de que Jesus fosse condenado à morte, quando os ecos dos gritos de "hosana" já se misturavam ao clamor de insultos, ameaças e blasfêmias que o levariam a sua Paixão redentora.
Que tipo de Messias queriam aqueles judeus?
Da entrada festiva como rei em Jerusalém até o deboche da flagelação, da coroação de espinhos e da inscrição na cruz (Jesus de Nazaré, rei dos Judeus), somos levados a perguntar: Que tipo de rei aquele povo queria? E que tipo de rei era Jesus? Nosso Senhor era aclamado pelo mesmo povo que o tinha visto alimentar multidões. Era aplaudido por aqueles que o viram curar cegos e aleijados e, ainda há pouco, tinham presenciado a ressurreição de Lázaro.
Impressionada com tudo isso aquela gente tinha a certeza de que este era o Messias anunciado pelos Profetas. Mas, aquele povo era superficial e mundano, julgava que Jesus fosse um Messias político, um libertador social que fosse arrancar Israel das garras de Roma e devolver-lhe o apogeu dos tempos de Salomão. E nisso estavam equivocados, enganados: Ele não era um Rei deste mundo!
Seus corações apreciavam Jesus de modo incompleto
A entrada de Jesus em Jerusalém foi uma introdução para as dores e humilhações que logo Ele sofreria abundantemente: a mesma multidão que o homenageou movida por seus milagres, virou-lhe as costas e pediu sua morte.
No Domingo de Ramos fica patente como o povo apreciava Jesus de um modo incompleto. É verdade que O aclamaram, porém, Ele merecia aclamações incomensuravelmente superiores. Merecia uma adoração amorosa, bem diversa da que lhe foi dada!
No entanto, cheio de humildade, lá ia Nosso Senhor Jesus Cristo sentado num burrico, avançando em meio à multidão ruidosa, impulsionando todos ao amor de Deus.
Só uma pessoa O entendeu naquela hora
Em geral, as pinturas e gravuras apresentam Nosso Senhor olhando pesaroso e quase severo para a multidão. Para Ele, o interior das almas não oferecia segredo. Ele percebia a insuficiência e a precariedade daquela ovação.
Apenas uma pessoa percebia o que estava acontecendo com Jesus e sofria com Ele. E essa pessoa oferecia sua dor de alma como reparação de seu amor puríssimo a Nosso Senhor: era Nossa Senhora.
Mas, ...que requinte de glória para Nosso Senhor! Era o maior deles porque Nossa Senhora vale incomparavelmente mais do que toda a Criação. Naquelas circunstancias, Maria representava todas as almas piedosas que, meditando a Paixão de nosso Salvador, haveriam de ter compaixão e pena d'Ele. Almas que lamentariam não terem vivido naquele tempo para poderem, então, ter tomado posição ao lado de Jesus.
Domingo de Ramos em minha vida?
Existe um defeito que diminui a eficácia das meditações que fazemos. Este defeito consiste em meditar os fatos da vida de Nosso Senhor e não aplicá-los ao que sucede em nós ou em torno de nós.
Assim, por exemplo, a nós espanta a versatilidade e ingratidão dos judeus que assistiram a entrada de Jesus em Jerusalém. Nós os censuramos porque proclamaram com a mais solene recepção o reconhecimento da honra que se deveria ter ao Divino Salvador e, pouco depois, O crucificaram com um ódio tal que a muitos chega a parecer inexplicável.
Essa ingratidão, essa versatilidade para mudanças de opinião e atitudes não existiram apenadomingo de ramos.jpgs nos homens dos tempos de Nosso Senhor! A atitude das pessoas contemporâneas de Jesus, festejando sua entrada em Jerusalém e depois abandonando-O à mercê de seus algozes, assemelha-se a muitas atitudes que tomamos.
Muitas vezes louvamos a Cristo e nos enchemos de boas intenções para seguir os seus ensinamentos, porém, ao primeiro obstáculo, nos deixamos levar pelo desânimo, ou pelo egoísmo, ou pela falta de solidariedade e, mais uma vez, por esse desamor, alimentamos o sofrimento de Jesus.
Ainda hoje, no coração de quantos fiéis, tem Nosso Senhor que suportar essas alternativas, essas mudanças que balançam entre adorações e vitupérios, entre virtude e pecado? E estas atitudes contraditórias e defectivas não se passam apenas no interior de alma de cada homem, de modo discreto, no fundo das consciências: Em quantos países essas alternações se passam e Nosso Senhor tem sido sucessivamente glorificado e ultrajado, em curtos intervalos espaços de tempo?
Uma perda de tempo: não reparar as ofensas a Nosso Senhor
É pura perda de tempo nos horrorizarmos exclusivamente com a perfídia, fraude e traição daqueles que estavam presente na entrada de Jesus em Jerusalém.
Para nossa salvação será útil refletirmos também em nossas fraudes e defeitos. Com os olhos postos na bondade de Deus, poderemos conseguir a emenda e o perdão para nossas próprias perfídias. Existe uma grande analogia entre a atitude daqueles que crucificaram o Redentor e nossa situação quando caímos em pecado mortal.
Não é verdade que, muitas vezes, depois de termos glorificado a Nosso Senhor ardentemente, caímos em pecado e O crucificamos em nosso coração? O pecado é um ultraje feito a Deus. Quem peca expulsa Deus de seu coração, rompe as relações filiais entre criatura e Criador, repudia Sua graça.
E é certo que Nosso Senhor é muito ultrajado em nossos dias. Não pelo brilho de nossas virtudes, mas pela sinceridade de nossa humildade nós poderemos ter atitudes daquelas almas que reparam, junto ao trono de Deus, os ultrajes que a cada hora são praticados contra Ele. As lições do Domingo de Ramos nos convidam a isso. (JG)
Fontes:
Dom Eurico dos Santos Veloso - O significado do Domingo de Ramos - CNBB -29 de Março de 2010
Felipe Aquino - O significado do Domingo de Ramos - Vida Eclesial - 30/03/2007D.
Javier Echevarría - Domingo de Ramos: Jesus entra em Jerusalém
Plinio Corrêa de Oliveira - excertos

EVANGELHO DO DIA

Santo do dia: São Benvindo Scotivoli, Bispo
Cor litúrgica: Roxo
Primeira leitura: Jeremias 20, 10-13
Leitura do livro do Profeta Jeremias:
10Eu ouvi as injúrias de tantos homens e os vi espalhando o medo em redor: "Denunciai-o, denunciemo-lo". Todos os amigos observam minhas falhas: "Talvez ele cometa um engano e nós poderemos apanhá-lo e desforrar-nos dele". 11Mas o Senhor está ao meu lado, como forte guerreiro; por isso, os que me perseguem cairão vencidos. Por não terem tido êxito, eles se cobrirão de vergonha. Eterna infâmia, que nunca se apaga! 12Ó Senhor dos exércitos, que provas o homem justo e vês os sentimentos do coração, rogo-te me faças ver tua vingança sobre eles; pois eu te declarei a minha causa. 13Cantai ao Senhor, louvai ao Senhor, pois ele salvou a vida de um pobre homem das mãos dos maus.
- Palavra do Senhor
- Graças a Deus

Salmo 18
Eu vos amo, ó Senhor! Sois minha força, minha rocha, meu refúgio e Salvador!
R: Ao Senhor eu invoquei na minha angústia e ele escutou a minha voz.

- Meu Deus, sois o rochedo que me abriga, minha força e poderosa salvação, sois meu escudo e proteção: em vós espero! Invocarei o meu Senhor: a ele a glória! e dos meus perseguidores serei salvo!
R: Ao Senhor eu invoquei na minha angústia e ele escutou a minha voz.

- Ondas da morte me envolveram totalmente, e as torrentes da maldade me aterraram; os laços do abismo me amarraram e a própria morte me prendeu em suas redes!
R: Ao Senhor eu invoquei na minha angústia e ele escutou a minha voz.

- Ao Senhor eu invoquei na minha angústia e elevei o meu clamor para meu Deus; de seu Templo ele escutou a minha voz, e chegou a seus ouvidos o meu grito!
R: Ao Senhor eu invoquei na minha angústia e ele escutou a minha voz.

Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 10, 31-42
- Glória a Cristo, palavra eterna do Pai, que é amor!
- Senhor, tuas palavras são espírito, são vida; só tu tens palavras de vida eterna ! (Jo 6, 63.68)
Naquele tempo, 31os judeus pegaram pedras para apedrejar Jesus. 32E ele lhes disse: "Por ordem do Pai, mostrei-vos muitas obras boas. Por qual delas me quereis apedrejar?" 33Os judeus responderam: "Não queremos te apedrejar por causa das obras boas, mas por causa de blasfêmia, porque sendo apenas um homem, tu te fazes Deus!" 34Jesus disse: "Acaso não está escrito na vossa Lei: ‘Eu disse: vós sois deuses'? 35Ora, ninguém pode anular a Escritura: se a Lei chama deuses as pessoas às quais se dirigiu a palavra de Deus, 36por que então me acusais de blasfêmia, quando eu digo que sou Filho de Deus, eu a quem o Pai consagrou e enviou ao mundo? 37Se não faço as obras do meu Pai, não acre­diteis em mim. 38Mas, se eu as faço, mesmo que não queirais acreditar em mim, acreditai nas minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu no Pai". 39Outra vez procuravam prender Jesus, mas ele escapou das mãos deles.40Jesus passou para o outro lado do Jordão, e foi para o lugar onde, antes, João tinha batizado. E permaneceu ali. 41Muitos foram ter com ele, e diziam: "João não realizou nenhum sinal, mas tudo o que ele disse a respeito deste homem, é verdade". 42E muitos, ali, acreditaram nele.
- Palavra da salvação
- Glória a Vós, Senhor.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Devoção a Nossa Senhora – Comentários à Salve Rainha – (Parte V)

 Salve, Rainha, Mãe de misericórdia,
vida, doçura e esperança nossa, salve!
A Vós bradamos, os degredados filhos de Eva.
A Vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas.
Eia, pois, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei.
E depois deste desterro mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre, ó clemente, ó piedosa, ó doce e sempre Virgem Maria.
V. Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo
A Vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas
A incomparável bondade de Deus presenteou o mundo e os homens que nele habitam com uma quantidade enorme de belos e encantadores vales.
O Grand Canyon, Colorado, EUA
Esses acidentes geográficos podem variar enormemente de extensão, comportando apenas alguns quilômetros, como também milhares de quilômetros quadrados de área. Geralmente se constituem em uma área de baixa altitude, na qual corre um rio, cercado de montanhas. Podem ser vales desertos e quase sem vegetação, como o Grand Canyon, localizado nos Estados
Castelo de Neuschwanstein, Alemanha
Unidos e descoberto por espanhóis no século XVI. Este vale, imenso, chega a ter profundidades de 1.600 metros! Podem ser também imensos vales verdejantes, cercados por montanhas cobertas por neve, ou por abundantes florestas verdes, nas quais, com elegância, pode um imponente castelo ocupar lugar de destaque na paisagem, como por exemplo o Castelo de Neuschwanstein, que por sua graça e beleza é o edifício mais fotografado na Alemanha.
Na França existe um vale muitíssimo famoso, o Vale do Loire, também conhecido como Jardim da França. Toda a paisagem do rio Loire é coberta por castelos magníficos, que demonstram como a genialidade humana, quando corresponde aos estímulos do Evangelho, pode emoldurar ainda mais a já privilegiada natureza da região. A esses castelos acorrem visitantes do mundo inteiro, em todas as épocas do ano, para contemplar a sua grandiosidade e beleza únicas. Seus castelos mais famosos são os de Chambord e Chenonceau, além de outras dezenas, igualmente visitados e referenciados.
Castelo de Chenonceau, Vale do Loire, França

Castelo de Chambord
Vale do Loire, França
Neste nosso Brasil, abençoado por Deus com uma natureza rica e variada, temos também os nossos verdes e exuberantes vales, cujos rios caudalosos fazem os rios da Europa parecerem pequenos riachos. São também de uma beleza extraordinária e proporcionam àqueles que os visitam uma sensação de bem estar, como que uma antessala do que seria o Paraíso terrestre, do qual, em consequência do pecado, foram expulsos nossos primeiros pais.
Em outras palavras, a admiração a esses vales nos remete à grandeza de Deus e nos fazem imaginar como será o Céu, que Ele tem preparado para nós desde toda a eternidade. Enfim, seja para um descanso de férias, seja numa viagem a trabalho, quantos de nós não gostariam de visitar, conhecer e – quem sabe! até morar em um desses vales. De fato, não seria pequena a satisfação de constantemente contemplar a natureza intocada, ou a natureza redesenhada pelo homem, cuja contemplação nos remete a nosso fim último.
No entanto, ainda como consequência do pecado de nossos primeiros pais, nós somos constrangidos a morar e a conviver uns com os outros em outro vale: O vale de lágrimas. Com efeito, a oração da Salve Rainha, nos convida a recorrermos a Nossa Senhora, “suspirando, gemendo e chorando neste vale de lágrimas”. Esta frase nos indica que não podemos ter felicidade plena, completa, nesta terra. Sempre estaremos cercados de problemas, ou doenças, ou provações, algum tipo de infelicidades, as quais nos fazem suspirar, gemer e chorar. E esse nosso lamento só pode ser aliviado com a presença de Deus em nossas vidas. Por que Deus permite que isso seja assim? Comenta o Monsenhor João Clá, EP, fundador dos Arautos:
Assim como o carvão, para se transformar em diamante, precisa ser submetido às altíssimas temperaturas e pressões encontradas nas entranhas da Terra, nossas almas necessitam do sofrimento, neste vale de lágrimas, para merecermos a glória celeste. E para bem suportarmos os padecimentos que nos esperam, façamos, por intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria, o pedido contido no salmo: ‘Sobre nós venha, Senhor, vossa graça, pois em Vós esperamos’ (Sl 32, 22)”(1).
Portanto, sempre que tivermos sofrimentos a enfrentar – e sempre os teremos, somos convidados a recorrer a Nossa Senhora, que poderá nos amparar com as suas graças. Nesse sentido, ensina-nos Santo Afonso de Ligório:
Que o recorrer, pois, à intercessão de Maria Santíssima seja coisa utilíssima e santa, só podem duvidar os que são faltos de fé. O que, porém, temos em vista provar é que esta intercessão é também necessária à nossa salvação. Necessária, sim, não absoluta, mas moralmente falando, como deve ser. A origem desta necessidade está na própria vontade de Deus, o qual pelas mãos de Maria quer que passem todas as graças que nos dispensa.”(2)
Exatamente no mesmo sentido, complementa S. Luís Maria Grignion de Montfort:
Deus Espírito Santo comunicou a Maria, sua fiel esposa, seus dons inefáveis, escolhendo-a para dispensadora de tudo que ele possui. Deste modo ela distribui seus dons e suas graças a quem quer, e dom nenhum é concedido aos homens, que não passe por suas mãos virginais. Tal é a vontade de Deus, que tudo tenhamos por Maria e assim será enriquecida, elevada e honrada pelo Altíssimo, aquela que, em toda a vida, quis ser pobre, humilde e escondida até ao nada”(3)
Temos em nossas vidas momentos de calmaria, mas temos também momentos de tempestade. O mais importante é estarmos sempre agarrados à mão de nossa Protetora, Aquela que nos ajuda a atravessar o vale de lágrimas e chegar ao outro lado. Que a nossa confiança cresça a cada dia, e não deixemos jamais de recorrer ao auxílio de nossa Mãe Santíssima!
Por Prof. João Celso

MOMENTO DE REFLEXÃO

Caixinha de beijos
Certo dia, um homem chegou em casa e ficou muito irritado com sua filha de três anos. Ela havia apanhado um rolo de papel de presente dourado e literalmente desperdiçado fazendo um embrulho.
Porque o dinheiro andasse curto e o papel fosse muito caro, ele não poupou recriminações para a garotinha, que ficou triste e chorou.
Naquela mesma noite, o pai descobriu num canto da sala, no local onde a família colocara os presentes para serem distribuídos no dia de Natal, um embrulho dourado não muito bem feito.
Na manhã seguinte, logo que despertou, a menininha correu para ele com o embrulho nas mãos, abraçou forte o seu pescoço, encheu seu rosto de beijos e lhe entregou o presente.
Isto é pra você, paizinho! Foi o que ela disse.
Ele se sentiu muito envergonhado com sua furiosa reação do dia anterior. Mas, logo que abriu o embrulho, voltou a explodir. Era uma caixinha vazia.
Gritou para a filha: Você não sabe que quando se dá um presente a alguém, a gente coloca alguma coisa dentro da caixa?
A criança olhou para ele, com os olhos cheios de lágrimas e disse:
Mas, papai, a caixinha não está vazia. Eu soprei muitos beijos dentro dela. Todos para você, papai.
O pai quase morreu de vergonha. Abraçou a menina e suplicou que ela o perdoasse.
Dizem que o homem guardou a caixa dourada ao lado de sua cama por anos. Sempre que se sentia triste, chateado, deprimido, ele tomava da caixa um beijo imaginário e recordava o amor que sua filha havia posto ali.
* * *
De uma forma simples, cada um de nós, humanos, temos recebido uma caixinha dourada, cheia de amor incondicional de nossos pais, de nossos filhos, de nossos irmãos e amigos.
Entretanto, nem sempre nos damos conta. Estamos tão preocupados com o ter, com valores do mundo, que as coisas pequenas não são percebidas por nós.
Assim, a esposa não valoriza o ramalhete de flores do campo que o marido lhe enviou, no dia do aniversário. É que ela esperava ganhar uma valiosa jóia e não aquela insignificância.
O marido nem agradece o fato da esposa, no dia em que comemoram mais um ano de casados, esperá-lo com um jantar simples, a dois, em casa. Ele estava esperando uma comemoração em grande estilo, ruidosa, cercado de amigos e muitos comes e bebes.
Os pais não dão importância para aquele cartão meio amassado que os pequenos trazem da escola, pintado com as mãos de quem apenas ensaia a arte de dominar as tintas e os pincéis nas mãos pequeninas.
Eles estão mais envolvidos com as contas que a escola está cobrando e acreditam que, pelo tanto que lhes custa a mensalidade escolar, os professores deveriam ter lhes enviado um presente de valor.
É, muitos de nós não encontramos os beijos na caixinha dourada. Só vemos a caixinha vazia.
* * *
O amor é feito de pequeninas coisas. Não exige fortunas para se manifestar.
Por vezes, é um ato de renúncia, como a daquele homem que no dia de Natal, em plena guerra, conseguiu apenas uma laranja para a ceia dele e da esposa.
Então a descascou, colocou em um prato, criando uma careta com os gomos bem dispostos e entregou para a esposa, com um beijo e um pedaço de papel escrito: Feliz Natal!
E ficou observando-a comer, com vagar, feliz por ver os olhos dela brilharem e ela se deliciar com a fruta tão rara naqueles dias, naquele local.