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terça-feira, 26 de março de 2013

A oração é a porta pela qual Deus envia os seus anjos para nos confortar, afirma o bispo de Frederico Westphalen.

Frederico Westphalen (Segunda-Feira, 25/03/2013, Gaudium Press) Dom Antônio Carlos Rossi Keller, bispo da diocese de Frederico Westphalen, no Estado do Rio Grande do Sul, refletiu em seu mais recente artigo sobre a serenidade de Jesus e atitude dos discípulos no momento da sua Paixão. Ele explica que, neste ano, a leitura da entrada em Jerusalém e da Paixão da celebração do Domingo de Ramos, que celebramos ontem, foi tirada do Evangelho de São Lucas.
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Segundo ele, Ramos e Paixão fazem parte de dois momentos da mesma realidade: Jesus é o messias sofredor de que fala a primeira leitura. Para o bispo, Jesus é o servo obediente até a morte de cruz, como escreveu São Paulo, e entra em Jerusalém não como um rei revestido de poder político-militar, mas como o rei messiânico, montado num jumentinho, como anunciara o profeta Zacarias. Vem em nome do Senhor, para salvar a humanidade.
"São Lucas narra que só a multidão dos discípulos aclamava alegremente a Jesus, por causa de 'todos os milagres que tinham visto'. Em contrapartida, os fariseus pedem: 'Mestre, repreende os teus discípulos!' É curioso como Jesus responde: 'Se eles se calarem, clamarão as pedras!' De fato, juntamente com os discípulos, também a criação vai dar testemunho. Jesus é Senhor de todo o universo e a sua Redenção beneficiará todas as criaturas. 'Ao nome de Jesus todos se ajoelhem no Céu, na terra e nos abismos'", destaca dom Antônio.
A afirmação de que Jesus Cristo é o Senhor, de acordo com o prelado, testemunha a divindade de Jesus, pois como é de condição divina, tem pleno conhecimento da sua missão salvífica. O bispo recorda que ele mesmo já havia anunciado de antemão a sua morte em Jerusalém: "Devo seguir o meu caminho, porque não se admite que um profeta morra fora de Jerusalém" (Luc 13, 33).
Com relação a leitura da Paixão, dom Antônio ressalta que ela começou com Jesus sentado à mesa, afirmando que desejava "ardentemente comer aquela Páscoa" com os seus discípulos, pois tinha chegado a sua hora e Jesus sabia que era a última refeição. Conforme o bispo, esta Última Ceia com os discípulos revela-nos uma profunda paz, porque Jesus vive interiormente a sua morte e oferece àqueles que ama o alimento do seu Corpo, que vai ser entregue e do seu Sangue que vai ser derramado.
"Jesus vive conscientemente a sua morte. Livremente oferece o seu corpo como alimento de vida eterna. Dá graças. Aponta-nos o sentido da sua morte: Oferece a sua vida pelos homens. Amou-nos até ao fim. Realiza o querer divino, cumpre a vontade de seu eterno Pai: 'Pai se é possível afasta de mim este cálice. Todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua'. Antes de expirar, reza cheio de confiança filial: 'Pai, em vossa mãos entrego o meu espírito'."
Dom Antônio analisa que a morte de Jesus foi serena, tão cheia de paz, numa íntima conversa com Deus Pai, perdoando aos que o matam, desculpando-os! Depois, continua o bispo, Jesus ainda oferece o Paraíso a todos, mesmo a um malfeitor, o que significa o triunfo completo do Amor divino! A morte de Jesus, segundo ele, é o início do reino de Deus. «Estou no meio de vós como quem serve. Preparo para vós um reino. Comereis e bebereis à minha mesa, no meu reino.» (Lucas 22, 27-30)
Por fim, o prelado afirma que a Eucaristia é o memorial da paixão e morte de Jesus, pois as nossas missas são o prolongamento do amor misericordioso do Coração de Jesus: "Fazei isto em memória de mim!". Durante a Paixão, enfatiza dom Antônio, São Lucas mostra-nos quatro vezes Jesus em oração e numa dessas vezes reza por São Pedro, a quem perdoa o seu futuro pecado. Para o bispo, isto quer dizer que também perdoou os nossos, pois a sua morte foi para nos salvar.
"É outro exemplo divino para nós. No meio dos sofrimentos da vida, temos sempre o recurso à oração donde brota toda a paz e toda força sobre-humana. A oração é a porta pela qual Deus envia os seus Anjos para nos confortar. A Eucaristia faz-nos viver todo este mistério pascal. É o mistério central da nossa fé: Anunciamos Senhor a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição, vinde, Senhor Jesus", conclui. (FB)

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