Igreja

Rádio GOTHMLP

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Considerações sobre os Sacramentos – Parte II

A obra da Redenção
Mas, tendo havido o pecado original, essa maravilhosa obra divina não se realizaria se não houvesse uma redenção do gênero humano.
Foi para isso que o Filho de Deus, na sua infinita bondade, fez-se homem para nos salvar, isto é, para nos remir do pecado original e dos pecados atuais, e nos reconquistar o direito à bem-aventurança no Céu.
Nosso Senhor Jesus Cristo, para nos salvar, satisfez por nossos pecados, sofrendo e sacrificando-se sobre a cruz. E, além disso, ensinou-nos tudo o que devemos crer e praticar para agradar a Deus, dando-nos as suas leis, as suas doutrinas e os meios de obtermos ajuda (a graça santificante) para cumpri-las e assim irmos para o Paraíso celeste.

O que é a graça e sua necessidade
A graça é “um dom sobrenatural de Deus“, por causa dos méritos de Jesus Cristo, como meio de salvação, é tudo na religião católica, é sua seiva, o seu sopro, a sua alavanca.
Todos os homens devem viver da graça ou se perderão eternamente. Ou escolhem a vida de Cristo que é a graça, ou a vida da carne que é o vício; a salvação ou a perdição.
Santo Agostinho define a graça da seguinte forma: “A graça é como o prazer que nos atrai… Não há nada de duro na santa violência com que Deus nos atrai… tudo é suave e benfazejo” (Sermo 133, cap. XI). A graça tem um verdadeiro poder atrativo, que provém à vontade, a estimula e leva a Deus, a atrai por deleitação interior, e faz amar, como por instinto, Aquele que a nossa razão devia amar acima de tudo: Deus.
Palavras de Nosso Senhor: “Ninguém pode vir a mim, se Aquele que me enviou não o atrair” (Jo 8, 22). E esta outra: “Uma vez levantado da terra, atrairei tudo a mim – omnia traham ad meipsum” (Jo 12, 32).

 A necessidade dos Sacramentos
A graça, em seu princípio, é a vida de Deus em nós: “Participatio quaedam naturae divinae“, diz Santo Tomás.
Na alma humana pode haver duas vidas: a vida do pecado e a vida da graça. Na vida da graça há uma “seiva” (que é o dom de Deus, proveniente dos méritos de Jesus Cristo) que deve circular em nós: “Nós somos os ramos, Cristo é o tronco” (Jo 15, 4-5). Deve haver, portanto, uma união íntima e completa entre os meios de transmissão da graça e a alma que recebe esta graça, como há união completa entre o tronco e os ramos de uma árvore.
Estes meios de transmissão da graça são os sacramentos. Os sacramentos tornam-se, neste sentido, os canais transmissores da graça divina às almas. Canais estabelecidos por Jesus Cristo, e portanto necessários.

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