Igreja

Rádio GOTHMLP

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Considerações sobre os Sacramentos – Parte final

Necessidade, significado e instituição dos Sacramentos
 A natureza humana ficou corrompida devido ao pecado original, e só podemos observar fielmente os mandamentos com o auxílio da graça de Deus. Sem a graça de Deus nenhuma pessoa é capaz de praticar o bem ou nele permanecer duravelmente. Assim, sem auxílio da graça ninguém se salva.
Agora, a graça (dom sobrenatural) nós só obtemos por meio dos  Sacramentos e da Oração.

Os Sacramentos são sinais sensíveis instituídos permanentemente por Nosso Senhor Jesus Cristo para significar e conferir a graça. Portanto, em todo sacramento se requer necessariamente três coisas: a) sinal sensível; b) instituição divina permanente e c) força de produzir a graça.
Nosso Senhor Jesus Cristo instituiu, nem mais nem menos, sete (7) sacramentos: batismo, confirmação, eucaristia, penitência (confissão), extrema-unção, ordem e matrimônio. Estes sacramentos não são iguais em dignidade. O mais excelente é a eucaristia, porque não só confere a graça, mas contém o próprio autor da graça. E o mais necessário é o batismo.
 Os sacramentos não são meras representações
 Os sacramentos comunicam a graça, “por virtude própria“, independente das disposições daquele que os administra ou recebe. Esta qualidade, chamada “ex opere operato“, distingue os sacramentos da “oração“, das “boas obras” e dos “sacramentais“, que têm a sua eficácia “ex opere operantis” nas disposições do sujeito.
Os cinco primeiros (batismo, confirmação, confição, eucaristia e extrama-unção) são estabelecidos para o aperfeiçoamento pessoal dos fiéis; os dois últimos (ordem e matrimônio) para o governo e a multiplicação da Igreja.
Na ordem natural, para o aperfeiçoamento pessoal, é preciso: 1o. nascer; 2o. fortificar-se; 3o. alimentar-se; 4o. curar-se na enfermidade; 5o. refazer-se nos achaques da velhice.
Para o aperfeiçoamento moral a humanidade carece de: 1o. Autoridade para governar, 2o. Propagação para perpetuar-se.
Temos os mesmos elementos na ordem espiritual:
1o. O batismo é o nascimento da graça
2o. A crisma é o desenvolvimento da graça
3o. A eucaristia é o alimento da alma
4o. A penitência (confissão) é a cura das fraquezas da alma
5o. A extrema-unção é o restabelecimento das forças espirituais
6o. A ordem gera a autoridade sacerdotal
7o. O matrimônio assegura a propagação dos católicos e das suas doutrinas.
Os sete sacramentos são, deste modo, como outros tantos socorros, dispostos ao longo do caminho da vida, para a infância, a juventude, a idade madura e a velhice; para as duas principais “carreiras” que se oferecem: sacerdócio e casamento.
A analogia é admirável e estabelece que deve haver sete sacramentos. Se houvesse menos, faltaria qualquer coisa; se houvesse mais, haveria um supérfluo; os sete sacramentos preenchem todas as nossas necessidades espirituais.
 OREMOS
Infundi em nós, Senhor, o espírito de pensar e obrar bem, para que nós, que não podermos existir sem vós, possamos viver segundo a vossa vontade. Assim vo-lo pedimos pelo vosso Filho Jesus Cristo, Nosso Senhor. Assim seja.
(Oração do VIII Domingo depois de Pentecostes).

Fonte de referências: Os Sacramentos – D. José A. Mattoso, Bispo da Guarda – União Gráfica – Lisboa – 3ª Edição – 1949

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