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Rádio GOTHMLP

terça-feira, 30 de outubro de 2012

O que surte mais efeito: Perdoar ou ser perdoado?

O perdão dado e recebido transforma verdadeiramente a pessoa que tiver retidão de alma. O que nos possibilita conviver fraternalmente não é o fato de não errarmos, mas a disposição de perdoar e a confiança de ser perdoado segundo os critérios da convivência cristã.
Nosso Senhor Jesus Cristo nos recomenda perdoar “até setenta vezes sete” (S. Mateus, 18, 22). Mais. Nosso Senhor prometeu: “Se dois de vós se unirem entre si sobre a terra para pedir qualquer coisa, esta lhe será concedida por meu Pai, que está nos céus. Porque onde se acham dois ou três congregados em meu nome, aí estou eu no meio deles” (S.Mateus, 18, 19-20). “Congregados em meu nome” significa relacionados segundo a virtude da Caridade.
As palavras “setenta vezes sete vezes” não significam um número determinado, de maneira que ficaria concluído o perdão ao se alcançar este número bastante elevado, por sinal. Expressa que deve ser perdoado sempre e sem interrupção, desde que seja segundo os preceitos da Lei Moral. Ou seja, não é sem qualquer critério.
Dentre as várias explicações sobre o significado de “setenta vezes sete” está em que o número seis (6) significa a obra e o trabalho. E o número sete (7) significa a interrupção e o repouso. Por conseguinte, quem ama as coisas do mundo e executa as coisas que há nele sem ter presente a vida eterna (ou seja, sem interrupção; isto é, vive só para as coisas temporais), peca sete vezes. São Pedro queria manifestar isto quando perguntou se deveria perdoar “sete vezes”.
Mas como Nosso Senhor sabia que alguns cometeriam mais pecados que os compreendidos neste número, acrescentou ao sete o número setenta, expressando deste modo que se devia perdoar às pessoas que vivem no mundo e que pecam no uso das coisas do mundo (desde que peçam perdão). Mas se algum pecar mais do que esses pecados, já não mais haverá perdão para eles.
Nosso Senhor costumava ensinar por meio de parábolas com o objetivo de que os ouvintes, que não podiam conservar na memória os preceitos doutrinários e teóricos, os guardassem mediante comparações e exemplos.
De qualquer modo, sem embargo, deve-se dar o perdão a quem o pede. Unindo-se a ele com os laços da caridade, como fez José (filho de Jacó) com os seus irmãos (que o haviam vendido como escravo). Ou, de outra maneira, como com um inimigo perseguidor (não arrependido), como procedeu David chorando o que aconteceu a Saul. Ou seja, desejando perdoar e fazendo todo o possível para ele se arrepender.
Olhemos para Nosso Senhor Jesus Cristo, modelo de oração e de vida, para que aprendamos com Ele a perdoar, seguros de que teremos o exemplo e auxílio da Bem-aventurada Virgem Maria.

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