A rosa é a rainha das flores. Ora, onde há uma rainha é natural que exista também uma princesa. A qual das perfumadas "damas" do reino vegetal caberá tal dignidade?
Irmã Mary Teresa Mac Isaac, EP
Quem se deleita em permitir que a
imaginação voe pelo universo do belo, decerto terá alguma vez
representado em sua mente uma rainha perfeita.
Possuirá essa personagem arquetípica,
sem dúvida, uma fisionomia reluzente de elevação e ternura, um
nobilíssimo porte, realçado pela formidável beleza do vestido e pelas
raras joias com que se adorna. Sua morada será um palácio de conto de
fadas, repleto de maravilhas quase paradisíacas. E haverá naturalmente
junto a ela uma imaginária princesa, digna filha dessa soberana
perfeita, tão extraordinariamente formosa e distinta como sua mãe.
Esta inocente distração traz por certo
ao espírito uma alegria, reflexo do gáudio que teve o Padre Eterno ao
criar o homem, arquetípico microuniverso da criação. Amou-o de tal
maneira que quis formá-lo à sua própria imagem e semelhança (cf. Gn 1,
26), e lhe deu para governar e guardar as maravilhas da natureza
mineral, vegetal e animal (cf. Gn 2, 15).
Ora, em cada um desses planos da criação Ele pôs seres de maior ou menor
grau de beleza, perfeição ou utilidade. Nesse sentido, a ametista é
mais rara e valiosa que o granito; a arara é mais bonita que o corvo; o
pavão, mais nobre que o avestruz; o leão, rei dos animais, ultrapassa em
força e majestade todos os outros. E assim por diante.
No universo das flores, Deus criou uma
tão excelsa que vem a ser considerada "rainha": a rosa. Entretanto, será
ela a única a presidir este mundo de perfumes e cores? Não haverá toda
uma "corte" de nobres flores ornando-a e acompanhando-a? Não haverá uma
"princesa das flores" que participe especialmente da sua beleza e
dignidade?
Como tudo o que o Criador faz é
perfeito, deve existir no mundo ao menos uma flor que exerça tão
gracioso papel. E deixando mais uma vez solta a nossa imaginação, nos
atrevemos a apontar para uma delas: o brinco-de-princesa.
Pelo seu formato e colorido, que lembram
uma joia toda feita de pedras preciosas, poderíamos pensar que Deus a
criou como modelo para o brinco de uma princesa formosa e distinta, como
a filha da nossa imaginária rainha.
Mas indo um pouco mais longe caberia se
perguntar: não terá pensado nela a Providência ao criá-la como sendo a
"princesa das flores"? (Revista Arautos do Evangelho, Janeiro/2014, n.
145, p. 50-51)
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