No dia de Finados, não celebramos apenas a
memória dos que se foram, mas a vida eterna e a ressurreição dos
mortos. Assim deu-se com Nosso Senhor Jesus Cristo, morto e sepultado,
ressuscitou ao terceiro dia, antecipando de forma gloriosa o que no dia
do Juízo haverá de acontecer a todos nós.
Desde o primeiro século da cristandade
data o costume de se rezar pelos mortos. Quem visita Roma, a vetusta
Cidade Eterna, tem a dita de encontrar até hoje em seus subsolos
inúmeras catacumbas, que serviam aos antigos como cemitérios
subterrâneos. Elas abrigam em seus interiores um incontável número de
túmulos dos mártires dos três primeiros séculos da era cristã.
Frequentemente, os primeiros cristãos
faziam visitas aos túmulos desses heróis da fé, rezando também pelos que
morreram sem a palma do martírio. Porém foi no século IV que a Igreja
incluiu a memória dos mortos na celebração da Santa Missa. Já no século
seguinte, ela passou a reservar um dia aos fiéis defuntos.
No entanto, foi o beneditino Santo
Odilon, abade do mosteiro de Cluny, localizado na cidade de Borgonha
(França), quem introduziu entre os seus monges a prática de se orar por
todos os mortos, já que havia um dia em que se celebrava todos os
santos.
Finalmente, no século XII, a Igreja estabeleceu oficialmente o dia 2 de novembro como dia de Finados.
A preocupação da Santa Madre Igreja com a
celebração dos mortos gira em torno da facilidade com que os vivos se
esquecem de seus antepassados. Não é à toa que encontramos nos escritos
dos santos verdadeiras admoestações no que diz respeito às almas do
purgatório. À guisa de exemplo, citamos um trecho da obra de Santo
Afonso Maria de Ligório, “A Oração”:
“Seja-me permitido fazer aqui uma
digressão em favor das almas do purgatório. Se quisemos o socorro de
suas orações, é justo que cuidemos também de socorrê-las com nossas
orações e boas obras. Disse que é justo, mas deve-se dizer ainda que é
um dever cristão. Pois manda a caridade que socorramos o próximo em suas
necessidades, mormente quando podemos fazê-lo sem incômodo de nossa
parte. Ora, é certo que, entre aqueles que caem debaixo da palavra
‘próximo’, devem-se compreender as benditas almas do purgatório. Elas,
apesar de não estarem mais nesta vida, nem por isso deixam de pertencer à
comunhão dos santos. “As almas dos fiéis defuntos, diz Santo Agostinho,
não estão separadas da Igreja”.
Indulgência
O “Manual das Indulgências”, editado pela
Penitenciaria Apostólica em 29 de junho de 1968, prescreve que “Ao fiel
que visitar devotamente um cemitério e rezar, mesmo em espírito, pelos
defuntos, concede-se indulgência aplicável somente às almas do
purgatório. Esta indulgência será plenária, cada dia, de 1 a 8 de
novembro; nos outros dias será parcial”.
Oração pelas almas do purgatório
Ó Deus, Criador e Redentor de todos os
fiéis! Concedei às almas de Vossos servos e servas a remissão de todos
os seus pecados, para que obtenham, por meio de súplicas piedosas, a
indulgência que sempre desejaram. Vós que viveis e reinais pelos séculos
dos séculos. Amém.
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